O Ibovespa registra sinal negativo nesta quinta-feira (01). O recuo das commodities influencia negativamente o indicador, bem como as bolsas externas, pesando principalmente nos papéis das petroleiras e daqueles ligados ao setor metálico. A retração reflete temores de recessão mundial, com efeitos na demanda.
Entre as maiores altas do índice, as construtoras se beneficiam da queda dos DIs. JHSF (JHSF3), no topo, sobe 3,71%, Cyrela (CYRE3) avança 3,11% e MRV ganha 2,14%,
Entre as maiores quedas, estão a Companhia de Alianca Bahia (PEAB4), com queda de 11,23%, a OSX (OSXB3), que recua 10,79% e a Estrela (ESTR4) caindo 10,65%.
O dólar opera no azul, alinhado à valorização externa da moeda americana, em meio à aversão a risco global. O economista-chefe da J. F. Trust, Eduardo Velho, afirma que o mercado interno recompõe posições compradas, puxado pela ampliação da alta da moeda americana no exterior, reagindo ao PMI industrial dos Estados Unidos, que ficou estável em 52,8 em agosto, diferindo das expectativas de queda.
Eduardo avalia que as perspectivas de manutenção da Selic na reunião do Copom neste mês e a cautela fiscal interna favorecem também a valorização da moeda americana. “A nova queda de preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras tende a reduzir a inércia inflacionária para 2023, aumenta a possibilidade de manutenção da Selic em 13,75% neste mês e ajuda a sustentar o dólar acima de R$ 5,10 no curto prazo”, comenta.
Ele aponta que há risco também de aumento mais forte do déficit fiscal em 2023 por sinalizações de medidas eleitoreiras, como manutenção de Auxílio Brasil a R$ 600, potencial reajuste de salários dos ministros do STF, com efeito cascata para todo o Judiciário no país, o reajuste prometido a servidores públicos em 2023 e incertezas sobre as despesas públicas com pagamento dos precatórios no próximo ano.
“Essas dúvidas ajudam a apoiar uma rigidez do dólar acima dos R$ 5,10 no curto prazo”, afirma.
🇧🇷 Ibovespa -0,88% (108.559)
💵 Dólar +0,16% (R$ 5,20)
Cotações registradas às 12h30
Commodities
O petróleo opera em queda firme, à medida que persistem temores de recessão, e seus efeitos na demanda pela commodity, e enquanto há valorização do dólar.
O minério de ferro encerrou em queda, pelo quarto pregão consecutivo. A baixa acontece em meio a novos surtos de Covid-19 na China e a pior onda de calor em seis décadas, que levou a racionamentos de energia e prejudicou a manufatura do país.
Além disso, a crise do setor imobiliário também pesa sobre o setor financeiro chinês..
🛢 Brent -3,01% (US$ 92,76)
🛢 WTI -3,06% (US$ 86,81)
🇨🇳 Minério de ferro -1,17% (US$ 97,9)