O Ibovespa registra queda firme nesta sexta-feira (19), revertendo alta acumulada na semana. O índice opera colado no movimento de bolsas mundiais em queda, dólar forte e abertura de curvas de juros no exterior, tendo no centro das atenções o rumo da política monetária do Federal Reserve (Fed). Há pouco, as bolsas de Nova York bateram mínimas, pressionadas por ações de tecnologia e bancos.
Minerva (BEEF3), Fleury (FLRY3) e Sabesp (SPSP3) lideram as altas do Ibovespa. As ações do Fleury ficam no radar, em meio à aprovação da AGE para deliberar sobre a combinação de negócios da companhia. O JP Morgan reforçou a recomendação de compra para a companhia.
Ontem, os papéis da Minerva registraram alta de 1,75%, a R$ 14,51, com o movimento apoiado pelos resultados da empresa no 2T22, além da expectativa de maior demanda no exterior.
Entre as maiores quedas, estão Locaweb (LWSA3), MRV (MRVE3) e Magalu (MGLU3). A alta dos juros futuros no Brasil e nos Estados Unidos se somam à aversão ao risco generalizada nos mercados. Com isso, setores mais sensíveis à escalada das taxas, como as techs e as construtoras, são destaques negativos.
Além disso, o Goldman Sachs reiniciou sua cobertura para a MRV, atribuindo recomendação de venda e preço-alvo de R$ 10,00.
O dólar opera em alta, após breve viés de baixa frente o real com relatos de novos ingressos de recursos de investidores estrangeiros no país. Além disso, dirigentes do Fed têm passado mensagens divergentes sobre a intensidade necessária da política monetária, e o mercado mantém incertezas sobre o ritmo de alta de juros nos EUA em setembro.
Nesta manhã, o presidente da distrital de Richmond do Fed, Thomas Barkin, disse que o aperto monetário para trazer a inflação dos EUA de volta à meta de 2% pode provocar uma recessão econômica, mas não requer um “declínio calamitoso da atividade”. Caso uma recessão ocorra, é necessário “tê-la em perspectiva porque ninguém nunca cancelou o ciclo de negócios”, afirmou o dirigente em evento da Associação de Condados de Maryland.
🇧🇷 Ibovespa -1,87% (111.688)
💵 Dólar +0,52% (R$ 5,19)
Cotações registradas às 13h10
Commodities
O petróleo registra alta. O movimento se dá apesar da força do dólar ante pares. Em relatório, o Commerzbank cita que recuperação das perdas no preço da commodity ao longo da semana se deu diante do declínio bem maior que o esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos, além de maior demanda por gasolina no país
O minério de ferro encerrou em baixa. A queda ocorre em meio a preocupações com a demanda na China e interrupções de produção em siderúrgicas devido a ondas de calor no país asiático.
Analistas alertam que a demanda provavelmente permanecerá fraca no país devido a limites obrigatórios de produção de aço, desaceleração do setor imobiliário e restrições da Covid-19.
🛢 Brent +1,09% (US$ 97,64)
🛢 WTI +1,50% (US$ 91,86)
🇨🇳 Minério de ferro -1,97% (US$ 98,96)
Cotações registradas às 13h10; minério de ferro referente a Dalian
(Com Agência Estado)