Mercado americano e receio com fiscal no Brasil alongam queda do Ibovespa

A combinação de retomada das apostas em juros mais altos nos Estados Unidos e aversão ao risco no mercado doméstico arrasta o Ibovespa a uma nova mínima em sete meses nesta segunda-feira (17). Aqui, o mercado opera na defensiva, à espera do anúncio de medidas de redução nas despesas públicas prometidas pelo governo e refletindo o ceticismo dos investidores com o compromisso de Brasília com o ajuste nas contas públicas. 

Desta forma, o índice opera na marca dos 119 mil pontos, com poucas ações em alta, em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). 

No cenário corporativo, as ações do Itaú [ITUB4] registram alta, após o Itaú BBA elevar a recomendação dos ADRs de equalweight para overweight e atribuir preço-alvo de US$ 8,00. 

Simultaneamente, os papéis da Ambev [ABEV3] sobem, depois da notícia que a empresa tem intensificado seus investimentos para impulsionar o setor de cerveja premium, especialmente a marca Corona, visando atender à crescente demanda e ampliar a presença no mercado nacional.

Por outro lado, os ativos das petroleiras Petrobras [PETR3;PETR4], Prio [PRIO3], PetroReconcavo [RECV3] e 3R Petroleum [RRRP3] operam em queda, contrário ao desempenho da commodity no mercado internacional.

Além disso, o mercado monitora a reunião do conselho de administração da Petrobras, que terá como pauta central o acordo de dívidas tributárias bilionárias com o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) do Ministério da Fazenda.

No setor das siderúrgicas, as ações da Vale [VALE3], Usiminas [USIM5], CSN [CSNA3] e Gerdau [GGBR4;GOAU4] caem, em linha com o desempenho do minério de ferro na bolsa de Cingapura, após uma série de dados que aponta que o setor imobiliário da China segue em dificuldade.

Os papéis da Cogna [COGN3] também recuam, após o conselho de administração da companhia aprovar um programa de recompra de até 44.216.191 ações ordinárias (ON), representativas de 2,35% dos papéis em circulação, com vigência até o dia 17 de junho de 2025.

Fora do Ibovespa, as ações da Dasa [DASA3] recuam quase 10%. A XP avaliou que o recente acordo da companhia com a Amil é crucial para que a Dasa reduza sua alavancagem. Entretanto, analistas afirmam que a empresa precisará de esforços adicionais para reduzir a alavancagem para um nível mais saudável.

Ao mesmo tempo, os ativos da Oi [OIBR3] operam em forte queda maior que 7%, em dia de aversão ao risco. A empresa passou por um grupamento recente na proporção 10 por 1, ou seja, para cada 10 ações em custódia no dia 14 de junho, o acionista passa a possuir 1 ação.

Por fim, os papéis da Zamp [ZAMP3] caem, depois que a empresa que opera os restaurantes Burger King e Popeyes no Brasil anunciou na sexta-feira que Ariel Grunkraut deixaria o cargo de CEO.

🇧🇷 Ibovespa -0,22% (119.412 pontos)

💵 Dólar +0,64% (R$ 5,41)

Commodities

Os contratos futuros do petróleo aceleram alta, em meio a sinais positivos para a demanda. Nos Estados Unidos, o índice atividade industrial Empire State subiu mais que o esperado em junho, segundo informou o Fed de Nova York nesta manhã. 

Ao mesmo tempo, não houve negociação do minério de ferro em Cingapura, devido a um feriado.

🛢 Brent/Ago +1,16% (US$ 83,56)

🛢 WTI/Julho  +1,24% (US$ 79,02)

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