Natal fraco para o varejo brasileiro

O volume de vendas no varejo brasileiro recuou 2,6% em dezembro, frente a novembro, maior queda mensal desde agosto de 2021 e segundo mês seguido de contração. Frente a dezembro de 2021, o varejo cresceu 0,4%. Já em 2022, o indicador acumulou alta de 1%, menor resultado desde 2016.

O resultado negativo em uma época marcada pelo aumento do consumo deixa ainda mais claro o esgotamento dos benefícios fiscais e a desaceleração da economia nacional.

No comércio varejista ampliado, o volume cresceu 0,4% frente a novembro, recuou 0,6% frente a dezembro/21 e acumulou -0,6% em 2022.

Sete das oito atividades pesquisadas negativaram em dezembro, com destaque para Tecidos, vestuário e calçados (-6,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,6%). O único item a crescer entre meses foi de Livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%).

Frente a dezembro de 2021, seis atividades registraram crescimento. As de maior importância foram Combustíveis e lubrificantes (23,8%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,8%).

No acumulado de 2022, apenas duas das dez atividades cresceram: Combustíveis e lubrificantes (16,6%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (14,8%). As principais quedas ficaram com Material de construção (-8,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-6,7%).

A queda expressiva das vendas no varejo é decepcionante e reforça o mau momento que a economia brasileira deve enfrentar ao longo de 2023, além de reforçar como a Black Friday e as festas de fim de ano tiveram baixa influência sobre o consumo diante da inflação, desemprego e juros altos, e inadimplência e endividamento recordes, fatores que certamente contribuíram para esse resultado.

Por fim, frente às expectativas de retomada da inflação, manutenção dos juros altos e desaceleração da economia, podemos esperar mais perda do poder de compra e crescimento da inadimplência e endividamento, minando ainda mais o desempenho do varejo ao longo do ano.

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