Novo executivo da Shein quer expandir a cadeia de suprimentos fora da China

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Indicação de ex-executivo da SoftBank ocorre enquanto gigante de fast-fashion busca estar mais próximo de seus consumidores

A gigante de fast-fashion Shein anunciou nesta sexta-feira (06), uma nova liderança para supervisionar suas iniciativas de crescimento global, à medida que a empresa busca diversificar sua cadeia de suprimentos além da China.

Marcelo Claure, ex-executivo do Grupo SoftBank, atuará como vice-presidente do grupo, com sede em Nova York, em um papel que envolve a expansão da fabricação além da China para estar mais próximo dos consumidores da Shein, disse ele.

“Não estamos dizendo que estamos substituindo a China”, disse Claure. “Estamos dizendo que estamos encontrando países onde você pode ter uma vantagem competitiva sendo mais local”.

Com sede em Singapura, a Shein foi fundada na China, em 2012. Ao longo dos anos, ela tem perturbado mercados globalmente e crescido para se tornar uma das maiores marcas de fast-fashion do mundo com suas roupas ultra-acessíveis. 

A Shein vende em mais de 150 países, embora não na China, onde a maioria de seus fornecedores está localizada.

O sucesso explosivo da Shein depende de um modelo de fabricação sob demanda. Ela subcontrata milhares de pequenos fabricantes na China. Eles produzem produtos em pequenos lotes para testar o apetite do mercado e reabastecer os pedidos à medida que a demanda aumenta.

Claure ingressou na Shein em janeiro para supervisionar as operações e estratégias da empresa na América Latina, além de liderar os esforços para expandir sua rede de fornecedores e parceiros na região. Antes de ingressar na Shein, Claure fez um investimento pessoal de cerca de US$ 100 milhões no marketplace online.

Este ano, Claure lançou o marketplace da Shein no Brasil e promoveu a localização das operações, trabalhando com 220 fábricas no país. Agora, a empresa busca obter tecidos e estabelecer cadeias de suprimentos em outros mercados onde atua, com o objetivo de estar mais próxima dos clientes. 

Isso reduziria o tempo de entrega e, em alguns casos, economizaria custos de produção e logística, afirmou Claure.

A promoção de Claure ocorre enquanto a Shein busca novas oportunidades de crescimento e navega em um cenário geopolítico incerto, embora Claure tenha destacado que a China continua sendo uma parte importante da estratégia de cadeia de suprimentos da Shein.

Nos últimos meses, a Shein passou de uma varejista de moda para um marketplace nos Estados Unidos, México, Brasil e União Europeia, permitindo que vendedores terceirizados ofereçam uma variedade de produtos além de moda e beleza. 

Essa mudança colocou a Shein em uma competição mais direta com gigantes do comércio eletrônico como a Amazon.com, além da Temu, braço internacional da empresa chinesa de comércio eletrônico PDD Holdings.

Marcelo Claure atuará como vice-presidente do grupo da Shein e terá sede em Nova York. Foto: Christopher Pike/Bloomberg News/The Wall Street Journal.

Com uma forte dependência das vendas nos Estados Unidos, a Shein enfrenta crescentes conflitos entre a China e os EUA em uma série de questões, desde direitos humanos até tecnologia avançada.

Os legisladores ocidentais pressionaram a Shein para saber se ela obtém algodão da região de Xinjiang, na China, onde os EUA acusaram as autoridades chinesas de cometerem genocídio e de usar trabalho forçado em sua repressão aos uigures, em sua maioria muçulmanos, alegações que Pequim nega.

Grupos de legisladores e procuradores-gerais dos EUA este ano pediram avaliações independentes da cadeia de suprimentos da Shein para garantir que suas mercadorias não envolvam trabalho escravo, como condição para uma listagem de ações nos Estados Unidos.

A Shein afirmou que a empresa não obtém algodão da China e não trabalha com fornecedores em Xinjiang.

Além da China e do Brasil, a empresa começou a fabricar na Turquia. A Shein formou uma parceria com um grande varejista indiano, segundo o Wall Street Journal. 

Executivos da Shein esperavam que a obtenção de mais tecidos da Índia ajudasse a responder às perguntas nos EUA sobre se ela usa algodão de Xinjiang, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ao Journal.

A Shein opera mais de uma dúzia de armazéns em todo o mundo. Em agosto, fechou um acordo com a Forever 21 que permitirá à Shein vender produtos da empresa americana de fast-fashion em seu site e aplicativo.

(Com The Wall Street Journal; Título original: New Shein Executive Aims to Expand Supply Chain Outside China)

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