O Banco do Brasil [BBAS3] é o bancão com múltiplos mais baratos no momento, segundo a Benndorf Research. As ações negociam hoje abaixo de seu valor patrimonial, a 0,9x P/VP, apesar de a empresa vir melhorando consistentemente sua rentabilidade.
Hoje, o BB supera Bradesco e Santander em retorno sobre patrimônio (ROE) – indicativo da capacidade da empresa gerar lucro a partir do dinheiro investido pelos acionistas –, disseram os analistas da Benndorf em relatório exclusivo para clientes da Nomos Investimentos.
No balanço do quarto trimestre (4T23), “vimos o Banco do Brasil demonstrar boa capacidade de geração de sinergias com a utilização dos pilares de valor de todo o seu ecossistema de marcas”.
Apesar dos maiores gastos com provisões decorrentes do forte crescimento da carteira de crédito, as operações do banco Patagônia, na Argentina, resultaram em fortes ganhos. O lucro da operação se beneficiou de uma maior margem financeira nas operações de crédito e de receitas de tesouraria, além do efeito dos negócios argentinos.
O banco auferiu um retorno sobre o patrimônio líquido de 21,6% no 4T23, “o que o coloca entre as melhores operações entre pares da Bolsa”, acrescentou a Benndorf no relatório.
Com uma provisão de devedores duvidosos (PDD) de 2,9% ao final do trimestre, os riscos de crédito permanecem em níveis mais elevados no segmento de empresas, enquanto os impactos sobre pessoa física seguem uma trajetória descendente de riscos.
O potencial de geração de dividendos é um grande chamariz para BBSA3. Durante a teleconferência de resultados, prosseguiram os analistas da Benndorf, a diretoria do banco anunciou o aumento do payout de 40% para 45%, ao passo que estimou o lucro em 2024 no intervalo entre R$ 37 e 40 bilhões.
Assim, com base no valor de mercado atual do banco, o dividend yield projetado para 2024 supera os 10%.
E fica no radar a proposta de OPA das ações da Cielo [CIEL3], em conjunto com o Bradesco. Lançada a R$ 5,35, a oferta ainda está em discussão entre os acionistas da empresa de pagamentos, que consideram o valor proposto muito baixo.
Com base no guidance de lucros anunciado, a Benndorf estima que o dividend yield (DY) do banco em 2024 permanecerá em uma média de 10,7%.
Com maiores investimentos em andamento, principalmente reforçando a estrutura tecnológica e aumento nas receitas provenientes da evolução na concessão de crédito, “nosso modelo contempla uma margem de eficiência entre 27% e 28%, em linha com os números da diretoria e considerada saudável em nossa visão”.
A maior parte dos novos investimentos contempla o aspecto tecnológico, dado que o BB é uma das maiores instituições em volume de PIX transacionado.
“Consideramos BBAS3 uma das melhores escolhas atualmente entre os bancos na B3”, conclui a Benndorf. A casa reiterou recomendação de compra do papel até atingir um valor justo de R$ 70.
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