As ações geralmente sobem durante o período do chamado rali do Papai Noel
Parece que o Papai Noel ainda não foi embora de Wall Street.
O S&P 500 está pronto para um retorno estrondoso este ano com o rali do Papai Noel, ou o ganho que as ações geralmente obtêm no início do ano novo. Isso marcaria o oitavo ano consecutivo em que as ações tiveram um empurrão do Papai Noel, o que não acontece desde a sequência de oito anos de vitórias que terminou em 1976, de acordo com o Dow Jones Market Data.
O rali do Papai Noel abrange os últimos cinco dias de negociação do ano e os dois primeiros do ano seguinte. Nos três primeiros dias do período até agora, o S&P 500 subiu 0,7%, enquanto o Nasdaq Composite avançou 0,9%. O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,7%, ou 252 pontos.
“Mesmo no próximo ano, ainda vemos muito mais motivos para sermos positivos do que negativos”, disse Ryan Detrick, estrategista-chefe de mercado do Carson Group.
O S&P 500 teve um aumento de 25% este ano e está a 0,3% de um novo recorde histórico. O Nasdaq aumentou 44% e está a cerca de 6% de um recorde. O Dow deu um salto de 14% e registrou seis recordes de fechamento em dezembro.
A tendência das ações apresentarem um rali de Papai Noel é atribuída a uma série de fatores. Os investidores reequilibram seus portfólios no final do ano e o baixo volume de negociações na época das festas de fim de ano pode ampliar os movimentos do mercado.
Historicamente, o S&P 500 termina o ano no verde em 71,2% das vezes, com ganho médio anual de 9,1%, de acordo com dados do Carson Group. Quando o Papai Noel chega a Wall Street, o índice se recupera 72,4% das vezes no ano seguinte e tem ganho médio de 10,2%. Quando ele sai da cidade, o índice se recupera 66,7% das vezes e tem ganho médio de 5% no ano seguinte.
Para 2023, as ações estão no caminho certo para terminar o ano de maneira forte.
Os dados sobre os fluxos de fundos sugerem que os investidores não querem perder a oportunidade após a alta das últimas semanas. Eles investiram a maior quantia semanal, em fundos negociados em bolsa de grande capitalização com sede nos EUA, desde a semana que terminou em 19 de março de 2008, segundo dados da LSEG Lipper até 20 de dezembro.
“A recessão continua não acontecendo e, quanto mais tempo passa, as pessoas ficam ansiosas e decidem que precisam participar. É um efeito bola de neve”, explicou Brad Conger, vice-diretor de investimentos da Hirtle Callaghan & Co.
Alguns analistas temem que o otimismo com relação aos cortes nas taxas de juros tenha ido longe demais e rápido demais. Na reunião de dezembro, as autoridades do Fed previram três cortes nas taxas no próximo ano, o que a levaria para cerca de 4,6%. Os traders estão apostando que o Fed reduzirá a taxa para mais perto de 3,8%, de acordo com a FactSet.
James Solloway, estrategista-chefe de mercado da SEI, disse que seria difícil para as ações reproduzirem os ganhos deste ano em 2024.
“Neste momento, é pedir muito”, concluiu Solloway. “Se tivermos outro ano muito bom, isso seria extraordinário e dependeria de muitas coisas darem certo.”
(Com The Wall Street Journal; Título original: Santa Might Have One Last Gift for Investors)