O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse nesta sexta-feira (19) que ainda há muito a ser feito para garantir o acesso total a alimentos ucranianos e fertilizantes russos para todo o mundo, mesmo após um acordo de exportação de alimentos mediado pela ONU.
Em uma reunião no porto ucraniano de Odesa, no Mar Negro, Guterres declarou que os países em desenvolvimento precisam de ajuda para comprar esses grãos e pediu acesso desimpedido aos mercados globais de alimentos e fertilizantes russos que não estão sujeitos a sanções.
“Este é um acordo entre duas partes envolvidas em um conflito amargo. É sem precedentes em escopo e escala. Mas ainda há um longo caminho a percorrer em muitas frentes”, afirmou ele.
A primeira vez que a Ucrânia despachou um carregamento de grãos, desde a invasão russa em fevereiro, foi em primeiro de agosto, sob um acordo que visava aliviar a escassez alimentícia que atinge principalmente a África e o Oriente Médio.
“É hora de um apoio maciço e generoso para que os países em desenvolvimento possam comprar alimentos deste e de outros portos – e as pessoas possam comprá-los”, disse ele.
Ontem, as forças ucranianas atingiram outra base em Kherson, cidade ucraniana ocupada pela Rússia, pouco antes do presidente Volodymyr Zelensky se encontrar com os líderes da Turquia e das Nações Unidas.
Em meio às tensões, a Rússia acusou a Ucrânia e os países do Ocidente de planejarem uma operação de bandeira falsa na usina nuclear de Zaporizhzhia como forma de “provocação”. O ataque ocorreria hoje, segundo os russos, durante visita do secretário da ONU. Além das discussões sobre exportações de alimentos, uma das pautas do encontro é situação cada vez mais tensa na região da usina.
(Com Reuters)