As expectativas de cortes de juros para a reunião de março caíram consideravelmente essa semana após falas de presidentes dos Fed’s regionais. Mais de 80% das projeções chegaram a apostar em um corte de 0,25 p.p. na reunião de março, na semana passada essa porcentagem caiu para a região dos 67% e hoje ela está em 55%, mostrando que os investidores estão cada vez menos otimistas com a possibilidade do ciclo de redução de juros ser iniciado em março.
A queda das expectativas nas últimas semanas está relacionada aos dados macroeconômicos resilientes da economia americana, mostrando níveis de atividade sólidos e inflação persistente na ponta final. No mais, nesta terça-feira (16) o governador do FED Christopher Waller conteve o ânimo do mercado ao dizer que não via motivos para cortar a taxa de juros tão rapidamente como no passado em meio aos dados sólidos de atividade econômica e do mercado de trabalho e queda gradual da inflação, em linha com as falas recentes de outros membros da autoridade monetária.
O mercado e o FED apresentam visões divergentes desde o final de 2022, com o primeiro desafiando as projeções e discursos do segundo e mostrando um comportamento mais otimista do que o esperado. Entretanto, ao longo desse período o mercado foi contrariado diversas vezes pelo banco central e esse parece ser o caso mais uma vez à medida que um corte de juros em março se torna cada vez mais improvável. Dito isso, esperamos mais reflexos nas curvas de juros futuros e reiteramos nossa perspectiva de corte para maio.
