Ouro ou dólar: qual é a melhor aposta para 2025?

por Luís Gustavo Novais

 

Com o início de 2025 se aproximando, investidores seguem divididos entre a atratividade do ouro e a segurança oferecida pelo dólar. Enquanto conflitos geopolíticos e incertezas econômicas fortalecem o papel do ouro como ativo de proteção, as perspectivas de liquidez e valorização do dólar tornam essa moeda uma escolha tentadora para o curto prazo. 

Especialistas analisam os dois ativos sob diferentes perspectivas, destacando seus papéis estratégicos em portfólios de investimentos.

De acordo com Marco Saravalle, estrategista da MSX Invest, o ouro tem apresentado bom desempenho, principalmente devido ao aumento das tensões geopolíticas e à volatilidade cambial. “A moeda brasileira tende a se desvalorizar ao longo do tempo, o que torna ativos dolarizados, incluindo o ouro, uma proteção relevante para os investidores brasileiros”, explica Saravalle. Ele também destaca a forte demanda por ouro de países como a China, que têm ampliado suas reservas significativamente.

Já Thomas Monteiro, economista da Investing, ressalta que o ouro deve ser visto mais como um ativo defensivo, importante para equilibrar a qualidade do portfólio em momentos de instabilidade. “O ouro não é um ativo que se busca pelo potencial de crescimento no curto prazo, mas sim para proteger contra pressões inflacionárias, riscos geopolíticos e a desvalorização estrutural das moedas ao longo do tempo”, analisa Monteiro.

Por outro lado, o economista aponta que a valorização do dólar no final de 2024 pode limitar o desempenho do ouro no curto prazo, uma vez que investidores frequentemente optam pela liquidez do dólar como porto seguro em momentos de incerteza. “Ter caixa será crucial em 2025, especialmente para aproveitar oportunidades de compra em mercados mais amplos, como ações, em caso de correções”, argumenta Monteiro.

Apesar das visões distintas, ambos os especialistas convergem sobre a importância de diversificar investimentos. Para Saravalle, o ouro funciona como uma proteção dupla, tanto pela sua escassez e valorização internacional quanto pela desvalorização do real. Ele acredita que, mesmo com flutuações de curto prazo, o metal permanecerá relevante no longo prazo, especialmente para investidores conservadores que buscam segurança patrimonial.

Monteiro, por sua vez, sugere que o dólar pode ser a escolha mais pragmática para 2025, dado o ambiente de juros elevados e a necessidade de liquidez. No entanto, ele reforça que o ouro não deve ser descartado. “A longo prazo, é evidente que o metal continuará a desempenhar um papel crucial na preservação de valor, dado o contexto de endividamento público elevado e a menor atratividade dos títulos soberanos”, conclui.

Em resumo, o ouro e o dólar oferecem vantagens distintas: enquanto o primeiro se destaca pela proteção contra incertezas estruturais, o segundo oferece flexibilidade e liquidez no curto prazo. A escolha dependerá do perfil do investidor e do horizonte temporal de seus objetivos financeiros.

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