Payroll dos EUA; nada novo sob o sol

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O payroll oficial dos Estados Unidos computou a criação de 311 mil empregos em fevereiro, superando com facilidade as projeções pelo 11º mês consecutivo, novamente mostrando a força do mercado de trabalho do país. A taxa de desemprego, por outro lado, saiu da mínima de 53 anos em 3,4% e foi a 3,6%.

No período, o número de pessoas que perderam seus empregos ou terminaram trabalhos temporários aumentaram em 223 mil para 2,8 milhões. Já as pessoas desempregadas há menos de 5 semanas aumentou em 343 mil para 2,3 milhões, compensando uma queda em janeiro.

Além disso, vários outros indicadores permaneceram estáveis, como a participação da força de trabalho (62,5%) e a razão emprego-população (60,2%), as pessoas empregadas em tempo parcial (4,1 milhões), os desalentados (5,1 milhões) e as pessoas ligadas marginalmente à força de trabalho (1,4 milhão).

Os estabelecimentos que mais criaram empregos em fevereiro foram os de lazer e hospitalidade (105 mil), superando a média dos últimos 6 meses (91 mil). Entretanto, o setor segue com 410 mil empregos a menos do que o patamar registrado no pré-pandemia. Outros setores que se destacaram foram o comércio varejista (50 mil), o setor público (46 mil), os serviços profissionais e empresariais (45 mil) e a saúde (44 mil).

Os únicos segmentos que realizaram demissões foram o de informação (-25 mil) e transporte e armazenamento (-22 mil). No mais, outras indústrias registraram estabilidade, como mineração, extração de petróleo e gás, manufatura, comércio atacado, serviços financeiros e outros serviços.

Por último, o ganho médio por hora no setor privado cresceu 0,2% para US$ 33,09. Nos últimos 12 meses, o ganho médio por hora avançou 4,6%. Ambas as comparações ficaram marginalmente abaixo das expectativas, praticamente em linha com as perspectivas do mercado.

Novamente, o payroll supera as expectativas do mercado com tranquilidade e reforça um cenário que virou comum no último ano de vigor no mercado de trabalho. Apesar do aumento da taxa de desemprego e aumento pouco menor dos salários, vemos um resultado ainda muito forte e que contribui para manter o FED hawkish e uma taxa de juros mais alta e persistente, prejudicando o desempenho econômico no médio e longo prazo. Além disso, o payroll também dá margem para o FED voltar a acelerar seus ajustes e promover um possível aumento de 0,5 p.p. na taxa de juros.

Por último, o payroll volta a sugerir cautela com os mercados internacionais de renda variável diante do risco elevado de downside que vínhamos comentando, potencialmente beneficiando os mercados emergentes, principalmente a China, mas com as large caps brasileiras no radar em meio ao cenário de juros altos e retomada chinesa, em linha com nossos calls de redução de empresas internas mais cíclicas e varejo discricionário já dados há alguns meses e exposição à China mais recentemente.

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