PCE persiste puxado por serviços e energia

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O PCE Price Index registrou alta de 0,3% entre meses em março, em linha com as projeções do mercado. Entretanto, na comparação anual, o índice acumula alta de 2,7%, acelerando em relação aos 2,5% anteriores e ficando acima do consenso de 2,6%.

O núcleo do PCE registrou avanços de 0,3% m/m e 2,8% a/a, ficando estável na comparação anual e contrariando expectativas de queda para 2,6%, voltando a refletir a persistência da inflação na economia americana e diminuindo ainda mais as esperanças de que o Fed possa cortar os juros em breve.

Além disso, a renda pessoal aumentou US$ 122 bilhões (0,5%). A renda pessoal disponível aumentou US$ 104 bilhões (0,5%) e as despesas pessoais com consumo avançaram US$ 160,9 bilhões (0,8%), este último superando as expectativas de 0,6% do mercado.

O aumento das despesas com consumo foi distribuído quase igualmente, com US$ 80,6 bilhões para as despesas com serviços e US$ 80,3 bilhões para as despesas com bens. Entre os serviços, os segmentos que mais contribuíram foram os cuidados médicos e habitação e serviços públicos.

Entre os bens, os itens que mais colaboraram foram a gasolina e outros bens energéticos (puxado por combustíveis automotivos, lubrificantes e óleos), outros bens não duráveis (puxado por itens recreativos), e bebidas e alimentos.

A alta do PCE é resultado dos avanços de 1,2% nos preços da energia, 0,4% nos preços dos serviços e 0,1% nos preços dos bens. Por outro lado, os alimentos registraram queda de 0,1%. Na comparação anual, o índice segue mais impactado pelos serviços (4%), seguido pela energia (2,6%), alimentos (1,5%) e bens (0,1%).

A alta da energia já era esperada, visto que o preço do barril do petróleo teve forte redução no final do ano passado e isso dificilmente se manteria, mas o principal problema continua sendo a inflação dos serviços.

Continuamos observando muita persistência no principal índice de inflação americano, com inflexão no índice geral acumulado para novas altas e estagnação no núcleo em patamar ainda bastante distante da meta do país.

No mais, os serviços continuam como principal fonte de inflação em ambas as comparações, um sinal muito negativo para o Fed, que gostaria de observar preços menores nos setores secundário e terciário para viabilizar uma virada na política monetária.

Dito isso, vemos uma conjuntura em deterioração com sinais de diminuição na atividade econômica e retomada da inflação, contribuindo para manter o Fed bastante cauteloso e diminuindo cada vez mais a chance de termos dois cortes de juros em 2024.

Caso o cenário atual se mantenha, prevemos um único corte na taxa básica americana neste ano, em breve.

[Fonte: Benndorf Research]

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