O PCE Price Index teve alta de 0,2% em julho, ante junho. Na comparação com julho de 2022, o indicador avançou 0,3 p.p. para 3,3%.
Já o núcleo do PCE Price Index registrou variações de 0,2% entre meses, estável em relação ao mês anterior, e 4,2% entre anos, um aumento de 0,1 p.p.
Todos os indicadores ficaram em linha com as perspectivas do mercado. No mais, a renda pessoal registrou expansão de 0,2% e as despesas pessoais com consumo avançaram 0,8%.
A renda pessoal cresceu graças a um aumento na compensação, que foi parcialmente compensado pela queda nos recibos de transferência corrente pessoal.
O novo aumento dos salários americanos reafirma a solidez do mercado de trabalho do país, que vem sendo o grande pilar de sustentação da economia americana e possibilitando o cenário de “soft landing”.
Já o aumento de US$ 144,8 bilhões nas despesas com consumo é resultado de US$ 102,7 bilhões em gastos com serviços e US$ 41,9 bilhões em gastos com bens.
Entre os serviços, os segmentos de destaque foram os serviços financeiros e seguros, habitação e serviços públicos, food services e hospedagem, e cuidados médicos.
Entre os bens, se sobressaíram os “outros” bens não duráveis (farmacêuticos e itens recreativos), alimentos e bebidas, e bens recreativos e veículos.
Já nos preços, a alta de 0,2% do PCE Price Index é explicada pelo avanço de 0,4% nos preços dos serviços, 0,2% nos alimentos e 0,1% na energia, que foram parcialmente compensados por uma queda de 0,3% nos preços dos bens.
Em relação ao ano passado, os serviços (5,2%) também lideram, seguidos pelos alimentos (3,5%), enquanto os bens (-0,3%) e a energia (-14,6%) ficaram com as quedas.
Os indicadores de julho servem para reforçar mais uma vez a robustez da economia americana, mostrando um aumento expressivo no consumo que pode ser atribuído aos salários mais altos e pleno emprego e a consequente manutenção da inflação nos patamares atuais.
Apesar do indicador alimentar ainda mais as expectativas de um cenário de “soft landing”, a manutenção do PCE Price Index no patamar atual certamente gera preocupação no FED.
Ao mesmo tempo, os dados de desaceleração da economia americana em agosto podem levar a autoridade monetária a adotar a postura orientada a dados e esperar para ver a evolução de seu índice preferido de inflação.