PIB alemão acentua contração

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O PIB alemão do 1T23 teve uma revisão pior e passou de -0,1% para -0,3%, reafirmando a recessão técnica do país e o mau momento vivido pela maior economia europeia. Na comparação anual, o indicador também teve revisão negativa e entrou em território contracionista ao passar de 0,3% para -0,2%.

As despesas dos consumidores caíram 1,2% no primeiro trimestre do ano em função da persistência da inflação elevada e foram o principal motivo para a contração da economia alemã. As famílias reduziram gastos em diversas áreas, como alimentos e bebidas, vestuário e calçados e móveis. Além disso, o consumo de automóveis novos também caiu, impactado pela descontinuação de incentivos a carros híbridos e elétricos no início do ano. Outro componente que recuou em comparação com otrimestre anterior foram os gastos do governo (-4,9%).

Em compensação, o investimento voltou a aumentar após um segundo semestre fraco no ano passado e avançou 3,9%. A formação bruta de capital fixo em maquinário e equipamento (3,2%) também avançou de forma significante. O setor foi beneficiado ainda pelas condições climáticas favoráveis.

Outra contribuição positiva veio das exportações (0,4%), com crescimento robusto no comércio de plásticos e produtos fabricados de metal. Ao mesmo tempo, as importações recuaram 0,9%, impactadas pela redução das importações de combustíveis fósseis e químicos e produtos químicos.

Por um lado, a economia alemã sofre bastante internamente já que ainda enfrenta uma das maiores taxas de inflação de sua história e o núcleo da mesma não cede apesar dos esforços contínuos do Banco Central Europeu, evidenciando o caráter persistente e o espalhamento dos preços altos por todos os setores. Além disso, o fim dos benefícios fiscais para conter a inflação e auxiliar com o consumo dificultam ainda mais a situação.

Em contrapartida, a retomada chinesa auxilia a indústria automotiva, que é a mais importante do país, e os demais exportadores, visto que a China é o segundo maior parceiro econômico da Alemanha, atrás apenas dos Estados Unidos, algo que deve amenizar os impactos negativos internos ao longo do ano.

Ainda assim, como as condições de crédito estão se deteriorando no bloco europeu e os juros seguem adentrando em território restritivo, o cenário de recessão deve permanecer durante 2023.

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