PIB forte consolida ano surpreendente nos EUA

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O PIB dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 3,3% na prévia do 4T23, desacelerando em relação aos 4,9% registrados no trimestre anterior, mas superando com bastante facilidade as projeções de 2% do mercado e mostrando mais uma vez que a maior economia do mundo segue resistindo aos efeitos dos juros recordes.

O crescimento do último trimestre do ano passado reflete aumentos nas despesas dos consumidores, gastos dos governos locais, estaduais e federal, investimento fixo não residencial, investimento em estoque privado, investimento fixo residencial e exportações. As importações, que são uma subtração no cálculo, também expandiram.

A alta do consumo (2,8% x 3,1% no 3T) refletiu aumentos nas despesas com serviços (2,4% x 2,2%) e bens (3,8% x 4,9%). Entre os serviços, as atividades que mais contribuíram foram food service e hospedagem, bem como cuidados médicos. Já entre os bens se destacaram os outros bens não duráveis (puxados pelos produtos farmacêuticos) e bens recreativos e veículos (puxados por softwares de computador).

Na exportação (6,3% x 5,4%), tanto os bens (liderada pelo petróleo) como os serviços (liderada pelos serviços financeiros) avançaram. Do lado das importações (1,9% x 4,2%), a alta é explicada principalmente pelos serviços (puxados pelo turismo).

No setor público (3,3% x 5,8%), os gastos dos governos locais e estaduais é justificado pelos salários maiores dos funcionários, enquanto o gasto do governo federal está ligado aos setores não defensivos.

A expansão do investimento fixo não residencial (1,9% x 1,4%) está associada aos produtos de propriedade intelectual, estruturas e equipamentos, enquanto o investimento fixo residencial (foi puxado pelas novas estruturas residenciais.

Por último, o investimento em estoque foi mais influenciado pelo comércio atacadista.

Ademais, a renda pessoal aumentou US$ 224,8 bilhões no 4T, um avanço em relação aos US$ 196,2 bilhões do trimestre anterior. A alta é consequência de aumentos nas compensações, receitas pessoal de ativos, e renda de proprietários que foram parcialmente compensadas por uma queda nas receitas de transferências.

Nesse sentido, a renda disponível teve alta de 4,2% no último trimestre de 2023, acelerando em comparação com o 3T (2,9%) e em meio à redução da inflação os americanos tiveram um aumento real da renda disponível no fim do ano.

A taxa de poupança teve leve recuo de 4,2% para 4%.

Por fim, os EUA apresentam mais um crescimento bastante robusto para fechar um ano surpreendente em meio aos juros recordes, desaceleração da economia global e inflação elevada.

De modo geral, ainda observamos que as despesas com consumo estão concentradas em segmentos de baixo valor agregado, mas ambos os setores continuam em crescimento, fato que denota a força da demanda.

Além disso, também ficou visível que os salários continuam crescendo e o mercado de trabalho permanece na região de pleno emprego.

Sendo assim, esperamos uma consolidação do cenário de “soft landing” nos próximos meses e os indicadores macroeconômicos fortes contribuem para que a inflação alta seja mais duradoura, mantendo os juros no topo da curva por mais tempo, mas reforçamos que esperamos pouco impacto nos índices do país já que há bastante otimismo dos investidores.

[Fonte: Benndorf Research]

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