O PMI Composto europeu avançou 0,4 ponto em abril e foi a 54,1, máxima de 11 meses, impulsionado pelo setor de serviços (56,2 x 55 pontos em março), que atingiu o maior nível em 12 meses. Por outro lado, a indústria europeia contraiu 1,5 ponto no período e foi a 45,8, sinalizando a deterioração mais rápida do setor desde maio de 2020.
O aumento robusto da produção em abril se deu exclusivamente em função do crescimento dos serviços, visto que a produção industrial caiu pela primeira vez desde janeiro. Similarmente, uma melhora considerável da demanda por serviços mais do que compensou uma nova redução na demanda por bens.
No mais, o emprego entre os países do euro teve o maior crescimento em quase 1 ano, algo que sustentou as despesas operacionais em patamares historicamente elevados, principalmente em razão dos salários. Apesar disso, a taxa de inflação recuou para a mínima de 26 meses. Os preços de venda aumentaram à medida que as empresas buscaram repassar custos aos consumidores.
Finalmente, a Zona do Euro permanece otimista para os próximos 12 meses, com expectativas de crescimento em linha com a média de longo prazo do bloco. Entretanto, o grau de otimismo caiu para o menor valor em 3 meses.
De modo semelhante aos outros resultados de PMIs que reportamos, o nível de atividade europeu sobe unicamente por causa dos serviços enquanto a indústria se mostra muito pressionada pelas taxas de juros restritivas, redução da oferta de crédito e piora das condições e inflação alta persistente.
Ao mesmo tempo, apesar do mercado de trabalho robusto conseguir segurar a demanda por serviços, também contribui para manter a inflação ampla e persistente, algo que terá efeitos negativos no médio e longo prazos, visto que o BCE será forçado a entrar em território cada vez mais restritivo para conter os preços.
Por fim, vemos uma assimetria entre o resultado do PIB europeu no 1T23 e o cenário macro que se desenha para o restante de 2023 no mundo desenvolvido com as altas consistentes do PMI durante o primeiro trimestre e o primeiro mês do segundo trimestre, de modo que os PMIs não refletiram o real nível de atividade das economias europeias no período, o que nos leva a manter o cenário de recessão para o ano.