PMIs também divergem de prévias na Europa

Na Zona do Euro, o PMI de Serviços foi na contramão da indústria e cresceu 2,3 pontos, indo a 55 pontos, máxima de 10 meses. De forma semelhante, o PMI Composto também atingiu a máxima de 10 meses ao computar avanço de 1,7 ponto para 53,7.

Em contraponto, o PMI Industrial perdeu 1,2 ponto e caiu a 47,3, confirmando o nono mês seguido de contração e o pior nível desde novembro de 2022. Os indicadores de serviços e composto ficaram aquém das projeções, enquanto a indústria ficou em linha.

Assim como foi nos Estados Unidos, os prestadores de serviços alavancaram o resultado de março à medida que houve uma recuperação da demanda doméstica e consequentemente nas vendas. A demanda externa permaneceu deprimida e contribuiu negativamente para o indicador.

Como consequência da retomada da demanda doméstica, os europeus continuaram contratando trabalhadores e a taxa de criação de empregos atingiu a máxima de 8 meses, fator que deve pesar sobre a inflação e agrega novos problemas para o BCE.

Ao mesmo tempo, as pressões inflacionárias caíram no período, refletindo a contração expressiva do setor industrial, que viu os custos caírem pela primeira vez desde julho de 2020. Os custos de produção desaceleraram para o menor patamar em 22 meses.

Em último lugar, os empresários europeus permaneceram otimistas com os próximos 12 meses, com o nível de confiança em linha com sua média histórica.

O desalinhamento dos PMIs europeus com suas prévias também é um provável reflexo da crise bancária nos Estados Unidos que chegou a afetar o continente através do Credit Suisse. Entretanto, os resultados finais ainda indicam uma recuperação sólida do setor terciário em relação a fevereiro.

Dito isso, a tendência é que os consumidores europeus priorizem gastos com serviços em detrimento dos bens nos próximos meses em função das expectativas de novas pressões inflacionárias causadas pelo corte na produção de petróleo pela OPEP+ e manutenção dos juros em patamar elevado, bem como a possibilidade de novas turbulências no sistema bancário.

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