Por que só a Berkshire Hathaway captura a atenção do mundo com sua conferência anual

[Foto: Scott Morgan/ REUTERS]

Muitas empresas fazem eventos de demonstração de resultados, mas somente a Berkshire Hathaway tem Warren Buffett passando mensagens de vida que vão muito além dos números, disse Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, em comentário sobre a última conferência da holding, transmitido pela Nomos TV na segunda-feira (06).

Essa foi a primeira reunião sem Charlie Munger, braço direito de Buffett e ex vice-presidente da Berkshire, falecido em 2023. Em dado momento da conferência, Buffett chamou Greg Abel, presidente da companhia, de Charlie, emocionando o público, que prontamente explodiu em uma salva de palmas. 

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual de acionistas de 2019.
[Foto: Johannes Eisele/AFP/Getty Images]
Falando de Greg Abel, prossegue Beto, ele se consolidou mais uma vez como sucessor da Berkshire. Apesar de ser uma informação já discutida antes, Saadia aponta que foi muito importante reforçar isso nesta reunião. 

“É ele que a gente tem que ouvir agora”, acrescentou. 

Abel foi peça chave na aquisição das ações da Apple, bastante faladas no decorrer do evento, pois “é um papel que acabou ficando muito grande na carteira, mas não por motivos propositais, crescendo de forma passiva”. Nos registros da bolsa americana, Greg Abel teve o maior lucro em dólares de um investidor independente com os ativos, comprados em 2006.

Devido ao crescimento da Apple, Saadia pontua que investidores estão preocupados, mas Buffett afirmou que irá continuar com a ação na carteira, e que ela continuará grande, assim como American Express e Coca-Cola.

Buffett ainda falou que até mesmo quando não estiver mais aqui, tem toda certeza que Greg Abel também irá manter esses papéis de forma expressiva na carteira. 

Greg Abel, vice-presidente da Berkshire Hathaway, conversa com acionistas durante a reunião anual. [Foto: REUTERS/Scott Morgan]
Apesar disso, os próprios Buffett e Munger não gostavam da Apple por volta de 2014 e 2015, porque a Apple não se encaixava com a filosofia deles de “value investing” – empresas tradicionais e de marcas fortes. Os amigos eram avessos à empresas de tecnologia, o que ficou muito evidente na virada do século nos anos 90, quando aconteceu a crise da bolha pontocom. 

“Buffett foi a única pessoa de referência no mercado financeiro que não se machucou, porque não tinha absolutamente nenhuma ação de tecnologia”, explicou Saadia. “Ele dizia que não investia em nada do que ele não entendesse.”

O diretor frisa ainda que é neste cenário que começa o trabalho longo do próprio Greg Abel, de tentar convencer Buffett e Munger que a Apple era, sim, o tipo de empresa que gostavam, parecida com a tese da Coca-Cola, que carregam desde os anos 70.

Para o diretor de investimentos, outro destaque da reunião é o caixa de US$ 200 bilhões. Em efeito de comparação, Saadia aponta que nenhuma empresa brasileira vale esta quantia, talvez nem mesmo juntando as cinco maiores seja possível chegar no valor.

“O interessante é que quando você compra uma ação da Berkshire, você não está comprando as empresas ali dentro, mas a opcionalidade do que vão fazer com esse dinheiro”, ressaltou.

Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, frisa que as conferências da Berkshire são sempre aulas de como é importante ter disciplina, e foco no longo prazo. 

“Eles entraram na ação da Apple em 2016, passaram a pandemia investindo na empresa, ou seja, oito anos”, reflete. “Já imaginou ficar com um papel mais de cinco anos?”

 

Promovido por Nomos Investimentos

Invista na Berkshire Hathaway e outras empresas no exterior de forma fácil e acessível através da parceria Avenue e Nomos. Além do acesso à maior corretora de investimentos internacionais no Brasil, você conta com a assessoria gratuita de especialistas. Clique aqui e abra sua conta gratuita.

Sair da versão mobile