Preços aos produtores aceleram queda na China

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O Índice de Preços ao Produtor chinês recuou 0,5% em abril, ante março, retomando a deflação após dois meses consecutivos inalterados. Na comparação anual, o indicador registrou deflação de 3,6%, acelerando dos -2,5% de março e confirmando o sétimo mês seguido de deflação e menor patamar desde maio de 2020, evidenciando a fraca demanda por bens chineses tanto internamente quanto externamente.

Em relação a abril de 2022, a queda dos materiais de produção (-3,4% em março x -4,7% em abril) acelerou, em razão de recuos maiores nos preços de processamento (-2,8% x -3,6%), matérias-primas (-4,2% x -6,3%) e extrações (-4,7% x -8,5%).

Enquanto isso, a inflação dos bens de consumo moderou, especialmente os alimentos (2% x 1%) e bens de uso diário (0,5% x 0,4%), enquanto o vestuário (2%) permaneceu estável. Simultaneamente, o custo dos bens duráveis caiu 0,6%, dando sequência a queda de 0,2% de março.

Grande parte das quedas do setor industrial evidenciam a baixa demanda das fábricas por insumos e pessimismo em meio à demanda deprimida por bens tanto no cenário interno quanto externo.

Além disso, a queda das commodities reflete a lentidão interna e a perda de ritmo dos países desenvolvidos, bem como as expectativas de mais deterioração da conjuntura macroeconômica ao longo de 2023, manutenção das taxas de juros elevadas e inflação alta.

Outro ponto de destaque que evidencia a perspectiva ruim dos fabricantes é o fato de que a indústria chinesa como um todo não prevê investimentos em 2023, visto as expectativas de demanda global fraca.

Assim como comentamos no resultado da inflação aos consumidores, a deflação aos produtores e o desempenho decepcionante do setor secundário até o momento são mais um motivo para o governo da China injetar estímulos fiscais na economia, buscando alavancar o crescimento após três anos de restrições severas contra a COVID que minaram o nível de atividade do país.

Dito isso, mantemos as perspectivas de melhora na China, mas com foco no segundo semestre, potencialmente beneficiando setores de petróleo, minério e exportadoras, mas a queda do dólar pode minimizar os benefícios neste último

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