As vendas no varejo americano cresceram 0,6% em agosto, ante julho, melhor resultado em três meses. Em comparação com agosto do ano passado, o volume de vendas cresceu 2,5%. O núcleo das vendas no varejo, que exclui os automóveis, também teve alta de 0,6% entre meses e 2% entre anos.
A principal variação no mês de agosto veio dos postos de gasolina (5,2%), que foram seguidos pelas lojas de vestuário e acessórios (0,9%) e lojas de eletrônicos e eletrodomésticos (0,7%).
Entre as quedas se destacaram as lojas de bens esportivos, hobbies, instrumentos musicais e livrarias (-1,6%) e varejistas de lojas diversas (-1,3%). Na comparação anual, se destacaram os food services e lugares para beber (8,5%), saúde e cuidados pessoais (7,8%) e o varejo sem loja (7,2%).
Do lado negativo, os postos de gasolina (-10,3%), as lojas de móveis (-7,8%) e materiais de construção e equipamentos de jardinagem (-7,2%) se sobressaíram.
Apesar do bom resultado, as vendas no varejo não são ajustadas para variações de preço dos componentes, e como a gasolina teve alta expressiva no período grande parte do seu resultado pode ser atribuído aos preços mais altos.
Dito isso, vemos um resultado mascarado e mais forte do que o real, mas que ainda mostra certa resiliência no varejo americano e está em linha com a tese de “soft landing” do país.
Por fim, devemos nos manter atentos para as pressões inflacionárias e a possibilidade de mais um ajuste na taxa de juros dos EUA, algo que deve manter as curvas de juros futuras nas máximas e conter os ânimos no mercado de renda variável.