Na prévia de fevereiro, a taxa de inflação da Alemanha apresentou alta de 0,8% ante janeiro, superando as expectativas de alta de 0,6%. Na comparação anual, o indicador permaneceu em 8,7%, também acima das projeções de queda para 8,5%.
Pela primeira vez em vários meses, a variação da energia (19,1% a.a.) foi menor do que a variação dos alimentos (21,8% a.a.), reproduzindo o controle da crise energética no continente europeu, os programas do governo alemão para auxiliar com as contas de gás, eletricidade e aquecimento e a redução do gás natural ao mesmo tempo que as commodities agrícolas, principalmente a soja, permanecem em patamares elevados.
Além disso, os bens tiveram variação de 12,4%, desacelerando dos 12,7% anteriores, e os serviços avançaram 0,2 p.p. a 4,7%.
A inflação alemã permanece estagnada em patamares muito elevados mesmo com a redução drástica dos preços do gás natural e os amplos auxílios fiscais, que devem continuar e aumentar ao longo de 2023, visando auxiliar a política monetária a controlar os preços na principal economia europeia.
Dito isso, vemos uma confirmação do cenário de juros altos por mais tempo no continente que havíamos traçado há alguns meses, reforçando o risco elevado de downside para os mercados europeus, que estão nas máximas históricas, e uma potencial migração para emergentes, com destaque para a China.