A produção industrial alemã despencou 1,4% em setembro, ante agosto, excedendo por muito as expectativas de contração de 0,1% e confirmando o quarto mês consecutivo de queda. Em relação a setembro de 2022, o índice apresentou queda de 3,7%. Grande parte do resultado pode ser atribuído ao recuo de 5% na indústria automotiva. Outros destaques negativos são a produção de equipamento elétrico (-4,4%) e na indústria farmacêutica (- 9,2%).
Em contraponto, a produção de maquinário e equipamento avançou 4,1%. Com exceção da construção, todas as grandes categorias econômicas contraíram em setembro, com destaque para os bens de consumo (-4,9%), seguidos pelos bens intermediários (-0,9%) e pelos bens de capital (-0,2%).
Fora da indústria, a produção de energia caiu 1,7%. A construção permaneceu estável no período.
Por fim, os ramos industriais intensivos em energia computaram declínio de 0,4% em seu nível de produção em comparação com agosto, enquanto a contração foi de 8,5% ante o mesmo mês do ano passado.
Tendo em mente que a Alemanha é um país muito industrial e que depende amplamente de seu setor automotivo, o resultado de setembro é alarmante, porque mostra que a redução da demanda é mais forte que a projetada inicialmente e abre espaço para revisões negativas no PIB do 3T23, praticamente confirmando uma recessão técnica para a principal potência europeia no 4T23.
No mais, como o PIB alemão representa cerca de 29% do PIB da Zona do Euro, as chances do bloco confirmar uma recessão ainda em 2023 aumentam. Dito isso, reafirmamos nosso cenário de recessão para os países do euro influenciados principalmente pelo desempenho industrial ruim.