A produção industrial alemã cresceu 3,5% em janeiro, maior variação mensal desde junho de 2020 e que marca uma recuperação da queda de 2,4% em dezembro. No entanto, frente a janeiro de 2021 a produção caiu 1,6%. Excluindo a energia e as construções, a produção industrial avançou 1,9%.
O item que mais contribuiu para o crescimento mensal foi a produção de equipamentos eletrônicos (7,1%), seguido por químicos e produtos químicos (9,8%). Em contraste, variações negativas significantes vieram de veículos motorizados, trailers e semi-trailers (-5,2%) e produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas (-12,9%), dois setores importantes da indústria alemã.
Entre os grandes grupos industriais, as produções de bens de consumo (-1,8%) e bens de capital (-0,6%) recuaram, enquanto os bens intermediários (6,9%) foram um dos grandes responsáveis pelo resultado expressivo, influenciados justamente pelos produtos químicos e eletrônicos.
Fora da indústria, a produção de energia cresceu 0,4% ante dezembro e a construção teve alta de 12,9%.
A recuperação da produção industrial em velocidade recorde mostra que há certa resiliência na principal economia europeia, mas é preciso ter cautela diante desse dado que pode ter sido impulsionado pela retomada mais aguda da China e não reflete totalmente o cenário interno, visto que a Alemanha atravessa o pior momento entre as 4 principais economias europeias.
Ao mesmo tempo, o recuo na produção de carros e farmacêuticos, dois dos principais setores exportadores do país, inclusive para a China, reforçam a necessidade de confirmação com mais indicadores.