A produção industrial americana ficou estagnada em fevereiro, decepcionando as projeções do mercado pela quinta vez consecutiva e deixando clara a lentidão do setor industrial em meio à desaceleração da maior economia do mundo, ainda que menor do que inicialmente antecipada. Em comparação com fevereiro do ano passado, a produção industrial foi 0,2% menor.
No período, a produção fabril cresceu apenas marginalmente, enquanto o índice de mineração caiu 0,6% e o índice de serviços públicos teve alta de 0,5%. A utilização da capacidade ficou inalterada em 78%, patamar 1,6 p.p. abaixo da média histórica do indicador.
O aumento marginal da produção fabril é resultado das altas de 0,1% e 0,2% na produção de bens duráveis e não duráveis, respectivamente, que foram parcialmente compensados pela queda de 1,5% na produção de outros. Entre os duráveis, o principal destaque foi o grupo de computadores e produtos eletrônicos (1,2%), enquanto os produtos de minerais não metálicos (-0,5%) foram a decepção mais relevante.
Entre os não duráveis, contrações de mais de 1% foram computadas em têxteis e fábricas de produtos e plásticos e produtos de borracha; apenas os químicos tiveram um avanço de mais de 1%.
Na mineração, os índices de extração de petróleo e gás natural, mineração, exceto petróleo e gás, e atividades de suporte recuaram. Entre os serviços públicos tanto as utilidades de eletricidade e gás apresentaram variação positiva.
A utilização da capacidade fabril ficou em 77,6%, patamar 0,1 p.p. abaixo do registrado anteriormente e que é 0,6 p.p. menor do que a média de longo prazo. No mesmo sentido, a taxa da mineração caiu 0,6 p.p. para 87,3%, enquanto a taxa dos serviços públicos teve alta de 0,2 p.p. para 68,9%.
A taxa da mineração está 1 p.p. abaixo da sua média histórica, enquanto a taxa dos serviços públicos segue bem abaixo da sua média.
Observamos mais um resultado muito fraco da indústria americana, espelhando a demanda doméstica deprimida em razão da inflação ainda muito alta e juros elevados, além do cenário externo de deterioração, com exceção da China, e em linha com os resultados mais recentes do PMI Industrial.
Esperamos mais resultados ruins na indústria americana mesmo com o FED reajustando a trajetória da taxa de juros, visto que a instabilidade no sistema financeiro gerou muita incerteza e deve prejudicar o mercado de crédito, consequentemente onerando a economia, que segue em desaceleração e mostra sinais perigosos.