A produção industrial alemã recuou 1,6% em dezembro, ante novembro, contração mais expressiva desde março e quarto mês consecutivo de queda. Em 2023, a produção industrial ficou 1,5% abaixo do nível registrado em 2022, com as maiores quedas registradas pelos setores intensivos em energia e na produção de energia.
As principais quedas de dezembro vieram das indústrias química (-7,6%) e de construção (-3,4%), mas outros segmentos também contraíram no período. Por outro lado, a alta de 4% na produção de veículos compensou parcialmente as quedas.
No mais, houve recuos de 5,2% na produção de bens intermediários e 0,9% na de bens de consumo, enquanto a produção de bens de capital avançou 1,5% e a produção de energia cresceu 4,1%. Por fim, a produção em ramos industriais intensivos em energia recuou 5,8% em relação a novembro.
Em 2023, a queda da produção resultou das variações de -0,7% da produção industrial, -15% da produção de energia e -0,8% na construção. Na indústria, a produção em ramos intensivos em energia se destacou negativamente, especialmente na indústria química (-10,6%), que atingiu o menor nível desde 1995.
Outras atividades que pesaram foram a manufatura de outros produtos não metálicos (-14,1%) e a produção de metais básicos (-3,5%). Em compensação, a produção de automóveis cresceu 11,5%.
O resultado de dezembro espelha o comportamento da indústria alemã ao longo de todo o ano de 2023 e em conjunto com a provável confirmação de recessão técnica do país no 4T23 a tendência é que a indústria continue enfrentando dificuldades em meio aos juros recordes do bloco europeu, desaceleração da demanda e inflação persistente.
Sendo assim, mantemos um cenário recessivo para a principal economia europeia e para o bloco em 2024, com um possível início do ciclo de cortes de juros em abril.