A produção industrial cresceu 1,1% em março após duas quedas consecutivas em janeiro e fevereiro e estabilidade em dezembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção teve alta de 0,9%, se recuperando da queda de 2,4% registrada no mês anterior. Três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos pesquisados tiveram avanço na produção.
Os principais destaques positivos vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%). Entre as quedas se sobressaíram confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%) e produtos de metal (-1,0%). Já nas grandes categorias econômicas, os bens de capital (6,3%) e os bens duráveis (2,5%) tiveram as taxas mais acentuadas, seguidos pelos bens intermediários (0,9%).
Apenas o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%) recuou. Frente a março do ano passado, duas das quatro grandes categorias e 11 dos 26 ramos tiveram crescimento. No período, se destacaram as atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,2%), indústrias extrativas (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (15,7%). Entre as grandes categorias o crescimento foi causado pelos bens de consumo duráveis (11,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,7%).
Vemos o resultado de março como uma recuperação das quedas recentes, mas que não apaga totalmente o recuo dos últimos meses. No mais, não vemos um cenário favorável para a indústria tendo em mente as condições ruins de crédito, a inadimplência e endividamento recordes, a retomada do desemprego e alta informalidade e o pessimismo do setor com relação aos próximos 12 meses.
Dito isso, entendemos que o setor deve continuar em baixa no primeiro semestre, podendo se beneficiar dos efeitos positivos da retomada chinesa e prováveis cortes de juros na segunda metade do ano.