Produção no Brasil avança mesmo com cenário desfavorável

por Benndorf Research 

 

A produção industrial brasileira cresceu 1,1% frente a agosto, superando as projeções de 0,9% do mercado. Na comparação anual, o índice cresceu 3,4%, também superando as projeções de 2,8%. Com isso, o setor industrial apontou crescimento de 3,1% nos nove primeiros meses de 2024.

Três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram avanço na produção. As principais influências positivas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%) e produtos alimentícios (2,3%), que voltaram a crescer após dois meses consecutivos de contração. Do lado negativo se destacaram as indústrias extrativas (-1,3%) e produtos químicos (-2,7%).

Entre as grandes categorias econômicas, os bens de capital (4,2%) eliminaram boa parte do recuo de 4,6% registrado em agosto e tiveram a variação mais expressiva. Os segmentos de bens intermediários (1,2%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,6%) também mostraram crescimento. Já os bens de consumo duráveis recuaram 2,7%.

Em comparação com setembro de 2023, as quatro grandes categorias e 20 dos 25 ramos tiveram variação positiva. Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (19,5%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,3%). Entre as cinco negativas se sobressaíram as indústrias extrativas (-2,9%) e os produtos alimentícios (-0,8%).

Entre as grandes categorias econômicas, os bens de capital (13,6%) e bens duráveis (10,4%) assinalaram as variações mais expressivas. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (2,6%) e de bens intermediários (2,5%) completaram o resultado.

A indústria registra a primeira boa marca após o período de distorções causado pelas enchentes no RS e mostra mais força do que o esperado, um resultado surpreendente já que os juros voltaram a subir. Dito isso, ainda antecipamos uma desaceleração dos segmentos mais cíclicos e atrelados aos juros tendo em mente que a política monetária restritiva deve perdurar ao menos pelo próximo semestre para conter as pressões inflacionárias elevadas, a desvalorização cambial e as incertezas fiscais.

 

Sair da versão mobile