Produção oscilante no Brasil

BRASA

A produção industrial brasileira ficou praticamente estagnada em junho e registrou crescimento de apenas 0,1% em relação ao mês anterior. Na comparação com junho de 2022, a alta foi de 0,3%, desacelerando bastante dos 1,9% de maio, mas confirmando o segundo mês consecutivo de expansão.

Apenas uma das quatro grandes categorias e 7 dos 25 ramos pesquisados tiveram resultado positivo no período. Entre as atividades, a maior contribuição veio das indústrias extrativas, que avançou 2,9% entre meses.

Outras contribuições positivas vieram de artigos de vestuário e acessórios (4,9%), produtos de borracha e material plástico (1,2%) e produtos de metal (1,2%). Do lado das quedas se destacaram o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,0%) e máquinas e equipamentos (-4,5%), refletindo a queda na produção de derivados de petróleo e os impactos negativos dos juros elevados sobre os bens duráveis, fato que também causou a paralisação da produção em algumas montadoras.

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) apontou a única taxa positiva, enquanto os bens duráveis (-4,6%) teve a queda mais intensa, seguidos pelos bens de capital (-1,2%) e pelos bens intermediários (-0,3%).

Ante igual mês do ano anterior, duas das quatro grandes categorias econômicas e 8 dos 25 ramos pesquisados tiveram crescimento. As atividades com variação mais expressiva foram as indústrias extrativas (11%), produtos alimentícios (4,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), impulsionadas pela maior produção de petróleo e minério de ferro, na primeira; açúcar e carnes de suínos e bovinos, na segunda; e gasolina, diesel e GLP, na terceira.

Entre as quedas se sobressaíram os produtos químicos (-9,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,0%), impactadas pela redução da produção de fungicidas e fertilizantes, na primeira; caminhões e automóveis, na segunda; e motores elétricos na terceira.

Já no âmbito das grandes categorias, os bens intermediários (1,8%) tiveram a a maior alta, acompanhados pelos bens de consumo semi e não duráveis (0,1%). As quedas ficaram com os bens duráveis (-3,9%) e os bens de capital (-10,3%).

A produção industrial nacional continua oscilando diante da demanda reduzida por bens, principalmente bens duráveis, cenário externo ruim e manutenção dos juros em patamar bastante elevado. Sendo assim, vemos o início do ciclo de corte de juros como um fator de alívio para o setor e que deve gerar tração no próximo ano, formalizando uma recuperação.

Além disso, outras propostas, como o desenrola e a reforma tributária também podem beneficiar a indústria e
fomentar o consumo. Contudo, no curto prazo ainda esperamos bastante oscilação e novas contrações no segmento.

Compartilhe em suas redes!

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
PUBLICIDADE

Matérias Relacionadas

PUBLICIDADE

Preencha o formulário e receba a melhor newsletter semanal do mercado financeiro, com insights de especialistas, notícias e recomendações exclusivas.

PUBLICIDADE
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?