Próxima semana tem decisão do BCE, CPI dos EUA e balanço da Eletrobras [ELET6]

Panorama para 13 a 17 de março

O foco dos mercados na política monetária do Federal Reserve (Fed) deve se acentuar ante a divulgação da inflação ao consumidor dos Estados Unidos. A Zona do Euro também deve dar tônica ao mercado global, uma vez que acontece a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de março. 

No Brasil, o novo arcabouço fiscal segue capitaneando as expectativas dos investidores, que também acompanham a antepenúltima semana da temporada de balanços do quarto trimestre. 

Temporada de balanços

No Brasil, a segunda-feira (13) terá como destaque o balanço trimestral da Eletrobras [ELET3; ELET6], assim como o da Natura [NTCO3] e Direcional [DIRR3]. 

Já na terça-feira (14), sairão os resultados da Méliuz [CASH3], TC [TRAD3], Cury [CURY3] e da CVC [CVCB3]. 

Os números da Yduqs [YDUQ3], Enjoei [ENJU3] e Taesa [TAEE11] serão divulgados na quarta-feira (15).

A quinta-feira (16) terá os resultados da Ecorrodovias [ECOR3], Trisul [TRIS3], Vivara [VIVA3], Vittia [VITT3, Bemobi [BMOB3], Cemig [CMIG4], EzTec [EZTC3], Cyrela [CYRE3], Plano e Plano [PLPL3] e Fleury [FLRY3]. 

A semana termina com os relatórios da CPFL [CPFE3], Energisa [ENGI3] e M. Dias Branco [MDIA3] na sexta-feira (17). 

Nos EUA, destaque para o balanço da FedEx [FDXB34], a ser divulgado após o fechamento na quinta-feira. 

Radar de proventos

Na segunda-feira, ficam “ex-dividendos” os papéis da Unifique [FIQE3], Coelba [CEEB3], Banco Mercantil [BMEB4], Banco Mercantil de Investimentos [BMIN4] e Cosern [CSRN3]. Isto é, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (10) terão direito aos proventos anunciados pelas companhias em questão. 

Vale [VALE3] e Banco do Brasil [BBAS3] ficam “ex” na terça-feira. No dia seguinte, ficam “ex” Iochpe-Maxion [MYPK3], Metalúrgica Gerdau [GOAU3; GOAU4], Gerdau [GGBR3; GGBR4] e Lavvi [LAVV3].

Por fim, JHSF [JHSF3] fica “ex-direitos” na sexta-feira. Investidores interessados em receber os proventos da companhia devem permanecer posicionados até o fim da sessão de quinta-feira. 

Panorama do Ibovespa

Na última semana, o benchmark da B3 abriu a semana “com uma bonita movimentação de retomada altista, mostrando ânimo e defesa em zonas de sobrevenda”, descreve João Tonello, analista técnico da Benndorf Research. 

O Ibovespa “marcou bonito repique perto dos 103.200 pontos”. A breve alegria se desvaneceu após Jerome Powell dizer com todas as letras – e repetidas vezes – que está atento e preparado para um posicionamento mais hawkish.

Estratégias de LONGO PRAZO Se tivermos a confirmação da perda do suporte em 102.800 poderemos ver a continuação deste canal de baixa com primeiro alvo em 96.000

Como os dados do payroll americano aumentaram de 10% para expressivos 85% as chances de reajuste aumentando as chances de reajuste de 0,5 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros dos EUA para a reunião de março, a Benndorf precifica um Ibovespa mais pesado na semana que vai começar. 

De acordo com Tonello, o índice deve tentar se defender da perda dos 100 mil pontos. 

No mercado de ações a casa de análise tem calls de “venda a descoberto aberto em Smartfit [SMFT3] e de compra em Embraer [EMBR3]”.

Indicadores econômicos

Em mais um capítulo do vai-não-vai quanto à recessão nos EUA, a maior economia do mundo vai divulgar o índice de preços ao consumidor (CPI) na terça-feira. 

O indicador deve vir em linha com as projeções de 0,4% de alta no comparativo mensal e desaceleração de 6,4% para 6% no anual, “refletindo a robustez do mercado de trabalho americano em fevereiro, bem como o aumento das despesas pessoais dos consumidores e a desaceleração menor que o esperado na economia”, diz Marco Ferrini, analista de macroeconomia da Benndorf. 

Para o núcleo da inflação – isto é, o cálculo com descarte dos preços de alimentos e energia – deve vir estável novamente, assim como nos últimos meses, “mostrando que a inflação se espalha pela economia americana e dando mais um motivo para o Fed manter a trajetória hawkish”.

Na quinta-feira, o BCE deve anunciar reajuste de 0,5 p.p. na taxa de juros da Zona do Euro, “em linha com o que diversos membros da autoridade monetária já disseram e com as perspectivas do mercado”, frisa Marco. 

O analista projeta continuidade da trajetória de combate à inflação, que persiste de forma pronunciada entre os países do euro.