Panorama de 28 de abril a 02 de maio
O Ibovespa encerrou a semana com sinalização positiva, retomando a trajetória de alta após dois dias de correção e aproximando-se da resistência dos 130 mil pontos. Com o índice acima das médias móveis, o cenário técnico favorece novos avanços. A superação desse patamar pode abrir espaço para a região dos 133.500 pontos, e, em caso de continuidade da força compradora, o alvo seguinte é a máxima histórica, em torno de 137.500 pontos. No entanto, analistas alertam para a importância de manter o suporte em 127 mil no início da próxima semana, sob risco de uma correção até 122.700 pontos.
Para a próxima semana, entre os dias 28 de abril e 2 de maio, os mercados locais estarão sensíveis ao comportamento externo, principalmente aos dados macroeconômicos dos EUA. A combinação entre o arrefecimento da retórica da guerra comercial por parte dos EUA e a expectativa sobre os próximos movimentos do Federal Reserve coloca os investidores em compasso de espera. A reação do mercado brasileiro dependerá tanto da postura do Fed quanto da leitura do desempenho da economia norte-americana, influenciando o fluxo estrangeiro e o apetite ao risco na B3.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a semana em alta, com destaque para o movimento positivo da segunda-feira. Após dois dias de correção, o principal índice da Bolsa brasileira retomou a trajetória de alta, desenhando um pivô ascendente ao longo da semana. Segundo o analista técnico da Benndorf Research, Filipe Borges, a atenção agora se volta para o rompimento da resistência em 130 mil pontos. “Se superar essa região, o índice pode abrir caminho para os 133.500 pontos, o que representa uma valorização de cerca de 2,5%”, afirmou.
O analista destaca ainda que, uma vez superada essa barreira, o próximo obstáculo relevante só aparece nas máximas históricas, na casa dos 137.500 pontos. Por outro lado, Borges faz um alerta: “É importante que o mercado não perca os 127 mil pontos já no início da próxima semana. Caso contrário, abre-se espaço para uma correção até o suporte mais sólido nos 122.700 pontos”. Apesar do risco, ele avalia que o cenário é mais positivo no curto prazo, com o índice acima das médias móveis, o que reforça a probabilidade de continuidade da alta.
Dicas de Trades
Vale [VALE3]
As ações da Vale apresentaram um desempenho mais moderado na semana, com avanço pontual que levou os preços a se aproximarem de R$ 55,00, mas recuando para encerrar por volta dos R$ 53,60. Filipe Borges alerta que o suporte em R$ 48,70 segue sendo um ponto-chave para o papel. “Enquanto esse nível for mantido, seguimos atentos. Mas para uma reversão mais expressiva, sigo observando a LTB longa iniciada em 2023”, comentou.
Segundo o analista, o rompimento dessa linha de tendência de baixa abriria espaço para uma valorização mais robusta da ação, mirando a faixa dos R$ 80,00 – patamar que, descontados os proventos, representa a máxima histórica da companhia no gráfico técnico.
Embraer [EMBR3]
A Embraer teve desempenho destacado ao longo da semana, encerrando os últimos pregões próxima da máxima recente. Para Filipe Borges, que mantém uma operação de swing trade aberta no ativo, o papel sinaliza força técnica. “Ela segurou bem nas médias do gráfico semanal e já está voltando a puxar. O rompimento dos R$ 63,90 pode levar a ação até R$ 65,50. Acima disso, vejo espaço para voltar às máximas, na região dos R$ 79,00”, explicou o analista.
Hashdex Nasdaq Crypto [HASH11]
Mesmo em um mês marcado por instabilidades econômicas e políticas no cenário global, o HASH11 mostrou forte recuperação. Analisando o gráfico mensal, Filipe Borges destaca a força do movimento técnico. “O Bitcoin buscou suporte na faixa dos R$ 59 e, desde então, já subiu mais de 20%. No semanal, vimos aumento de volume, o que reforça um novo gatilho de entrada com base no rompimento da máxima do mês”, analisou.
Segundo Borges, caso esse rompimento ocorra, o primeiro objetivo está nos R$ 98, com projeção final que pode levar a cripto a uma faixa entre R$ 150 e R$ 200 por unidade, considerando o comportamento atual dos preços.
Indicadores econômicos
A próxima semana será decisiva para os mercados globais, com a divulgação de uma série de indicadores econômicos relevantes nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo Leandro Manzoni, economista do Investing, a recente trégua na retórica da guerra comercial entre EUA e China, com o governo Biden sinalizando uma abordagem mais conciliadora, contribuiu para a diminuição da volatilidade nos mercados. Contudo, as incertezas permanecem, especialmente em relação às tarifas e à trajetória dos juros americanos. “Apesar das apostas em até quatro cortes de juros ao longo do ano, a flexibilização monetária pode não começar antes do segundo semestre”, afirma Manzoni.
A semana começa com a divulgação dos dados de Confiança do Consumidor (29) e da primeira leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre (30), cuja expectativa aponta uma forte desaceleração – de 2,4% para 0,4% em termos anualizados. Ainda na quarta-feira, será conhecido o índice PCE, principal métrica de inflação acompanhada pelo Fed. “Se o PCE e o payroll vierem acima do esperado, o Fed pode optar por adiar o início do ciclo de cortes, frustrando parte do mercado”, explica o economista. Já na sexta-feira (2), o relatório payroll ganha os holofotes, com projeção de desaceleração na geração de empregos. Números abaixo do esperado podem impulsionar o apetite ao risco e pressionar o dólar globalmente.
No Brasil, os dados também serão intensos. Na segunda-feira (28), os investidores monitoram os números do setor externo, com foco na deterioração das Transações Correntes. Na terça-feira, o destaque será a divulgação dos empréstimos bancários de março, ainda sem o impacto das novas linhas de crédito privadas, além do IGP-M de abril, que medirá se a deflação observada em março foi pontual. Na quarta-feira, o Banco Central revela os números do setor público, um ponto de atenção diante do aumento de gastos do governo e da incerteza fiscal no pós-eleições.
Outro dado relevante na quarta-feira é o Caged, com números do mercado de trabalho de março. “O mercado de trabalho ainda forte limita o espaço para cortes mais agressivos da Selic, mesmo com sinais de desaceleração econômica”, observa Manzoni. A inflação acima do esperado no IPCA-15 reforça esse cenário.
Além disso, o cenário internacional segue no radar, com a decisão de juros do Banco do Japão e a divulgação do PIB e da inflação da zona do euro. Nos EUA, a temporada de resultados ganha tração com as big techs, enquanto no Brasil os destaques ficam por conta de Weg e Santander Brasil.
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