Próxima semana tem PMIs americanos; Filipe Borges vê oportunidades em JBS [JBSS3]

Panorama de 20 a 24 de novembro

A semana foi marcada pela forte alta do Ibovespa, diante da inflação ao consumidor (CPI) estável nos Estados Unidos e da decisão do governo de manter a meta de déficit zero para 2024. 

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (UB-CE), afirmou na última quinta-feira (16) que o governo federal manteve a posição de meta fiscal zero em 2024 e tirou qualquer possibilidade de emenda à LDO para alterar a meta fiscal.

Apesar disso, ele comunicou que a revisão da meta pode vir de alguma mudança no futuro.

A próxima semana é marcada especialmente pelos índices de gerentes de compras (PMIs) industrial e composto dos Estados Unidos. Além disso, a eleição presidencial argentina e a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) também ficam no radar.

Vale lembrar que a temporada brasileira de balanços financeiros do terceiro trimestre de 2023 acabou. 

Radar de Proventos

Na segunda-feira (20) ficam “ex-dividendos” as ações da Gerdau [GGBR4] e Metalúrgica Gerdau [GOAU4].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a sexta-feira (17) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (21) ficam “ex” as ações da CSN [CSNA3], CSN Mineração [CMIN3] e Compass [PASS3].

Os papéis da Bradespar [BRAP4], Vale [VALE3], Grendene [GRND3], Banco do Brasil [BBAS3] e Petrobras [PETR4] ficam “ex-proventos” na quarta-feira (22).

Na quinta-feira (23), JHSF [JHSF3]* fica “ex”.

Por fim, na sexta-feira (24), os ativos da Equatorial Pará [EQPA5]*, Comgás [CGAS5]*, Ferbasa [FESA4]* ficam “ex-divendos”.

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O índice segue muito forte e praticamente não entrou em correção desde que achou fundo na região dos 112 mil pontos, informou Filipe Borges, analista técnico. Pelos gráficos diário e semanal, o analista projeta novas altas até a região do teste nas máximas históricas nos 130 mil pontos.  

“Quanto mais o mercado sobe sem correção, [mais] é importante ressaltar que é necessário ter uma boa gestão de risco para trabalhar com um bom risco ganho nas operações”, contrapôs. 

É preciso selecionar bem os papéis em que se irá investir nas próximas semanas, mas Filipe enxerga a possibilidade do índice seguir subindo.

Dicas de Trades

JBS [JBSS3]

“Continua com uma bela movimentação de alta”, explica Filipe. De acordo com o analista, o ativo deu entrada após o toque na retração acompanhado de aumento de volume acima dos R$ 21,40. 

Ele vê espaço para novas altas até a próxima resistência na região dos R$ 25,00, o qual coincide com o alvo do pivô de alta do ativo no gráfico diário. O analista recomenda stop abaixo dos R$ 20,15. 

Alupar [ALUP11]

O ativo vem realizando um bom movimento no gráfico semanal, após uma alta dos R$ 23,50 até os R$ 30,00, sinaliza Filipe. “Houve uma correção na região de primeira retração de Fibonacci e o ativo já consolidou por bastante tempo, o que valida uma entrada no rompimento desse pivô.”

O analista ressalta que o rompimento dos R$ 30,30 abre espaço para altas do ativo, com alvos entre R$ 35,60 e R$ 39,20. O stop para proteção da operação ficaria abaixo dos R$ 27,70, aponta.

Magazine Luiza [MGLU3]

O papel realizou uma formação de reversão de tendência ombro cabeça ombro, alinhado com pivô de alta e fluxo comprador no ativo, o que gerou um movimento de compra expressivo, afirmou Filipe. 

“A companhia divulgou o resultado essa semana e os números vieram bons, apesar da sua inconsistência no balanço, que afetou um percentual muito baixo do seu Patrimônio Líquido.”

A ação segue em movimentação de alta e o analista está com uma operação de compra a R$ 1,76, com stop no mesmo ponto da entrada. “Vejo espaço para o ativo continuar se valorizando ao longo dos próximos dias e das próximas semanas, com alvo na região de R$ 3,10 – que é o teste da linha de tendência de baixa do gráfico semanal. 

Indicadores econômicos

As duas maiores economias do mundo trazem dois importantes indicadores da saúde de suas economias: os Estados Unidos apresentam seu CPI de outubro e a China sua produção industrial. 

O analista de macroeconomia da Benndorf, Marco Ferrini, projeta que a inflação aos consumidores americanos deve apresentar estabilidade na comparação anual de outubro, enquanto espera uma leve alta no confronto mensal. 

O avanço entre setembro e outubro reflete os impactos da valorização do petróleo diante da guerra no Oriente Médio, além do desempenho resiliente da economia dos EUA, sinaliza o especialista.

Para o núcleo do CPI, Ferrini também projeta um comportamento semelhante, diante da força contínua da economia americana e o crescimento, ainda que menor, dos salários no país. “ Outro item que deve se destacar mais uma vez é a habitação, visto que o mercado imobiliário continua com baixa oferta.”

Já na China, após outra leitura fraca da inflação, a produção industrial tende a apresentar dados ruins em outubro, frisa o economista. O setor segue afetado por uma demanda interna deprimida e em desaceleração nos principais parceiros econômicos, segundo o especialista. 

“Além disso, entendemos que ainda é muito cedo para vermos possíveis efeitos do pacote de estímulos formalizado em outubro e os estímulos monetários promovidos até então apenas resultaram em efeitos positivos de curto prazo.”