Panorama de 3 a 7 de junho
O início da semana no Ibovespa foi marcado por baixa liquidez no mercado e baixo volume, devido ao feriado Memorial Day nos Estados Unidos. O índice também foi puxado pela Vale [VALE3] e papéis de grandes bancos, e assim permaneceu até esta sexta-feira (31).
A queda de hoje acontece após o resultado positivo do índice PCE nos Estados Unidos não ser suficiente para sustentar uma alta, além da hesitação com o mercado fiscal interno. Assim, o índice termina maio com perdas em torno de 3%, reflexo principalmente da saída de investidores estrangeiros, que tiraram a sustentação do índice.
Na próxima semana, o mercado vai acompanhar principalmente o payroll de maio dos EUA e a decisão de política monetária na Zona do Euro. No Brasil, o PIB dos três primeiros meses do ano será divulgado na terça-feira (04) pelo IBGE.
Radar de Proventos
Ficarão ex-proventos os papéis da Itaúsa [ITSA4], Itaú [ITUB4] e Grupo Soma [SOMA3]* na segunda-feira (03).
Já na terça-feira (04), é a vez de Bradesco [BBDC4] e Banestes [BEES3].
Por fim, Cruzeiro do Sul Educacional [CSED3]*, Rni Negócios [RDNI3]*, Ferbasa [FESA4], PetroReconcavo [RECV3] e Cosan [CSAN3] se tornarão “ex” na quinta-feira (06).
*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa encerrou sua segunda semana de queda. De acordo com o analista técnico Filipe Borges, o índice faz um movimento relativamente esticado de praticamente 7 mil pontos, chegando em uma região “bem interessante”.
Além de estar tocando na linha desse canal de baixa, que sugere repique nos próximos dias, essa linha era a antiga região de resistência observada em 25 de julho. Em novembro do ano passado, quando o mercado rompeu e começou a subir forte, essa resistência não foi levada em consideração e passou reto.
Caso aconteça uma perda da região de 121.500 pontos, esse ponto deixa de ser relevante, e pode continuar na movimentação de queda para o mercado, na faixa dos 120.000 pontos.
Para compras de curto prazo, o analista sugere analisar o gráfico de 60 minutos e começar a trabalhar com topos e fundos ascendentes, o que não é visto no momento. Sendo assim, por enquanto a tendência é de baixa, com o Ibovespa bem seletivo com algumas ações, pois já pesaram bastante.
“Mesmo que não tenha apresentado um setup, sigo bastante cauteloso com compras, com operações na venda em aberto, e lucrando bastante”, afirmou.
Dicas de trades
Azul [AZUL4]
Posicionado no ativo, Borges aponta que está vendido em R$ 10,19, ainda numa rentabilidade acima de 8% no momento.
“Hoje, a gente já conseguiu garantir, a não ser que tenha gap, um lucro interessante nessa ação”, ressalta.
O analista está com stop gain em R$ 9,69 e alvo principal em R$ 7,62, região de fechamento de gap observada no ativo em 2023.
“A perda do suporte em R$ 8,80 pode acelerar essa movimentação de queda nos próximos dias para buscar o nosso alvo final de venda nessa operação.”
Petrobras [PETR4]
Segundo Borges, o gráfico de 60 minutos da Petrobras é a melhor oportunidade neste momento. Depois do gap do dia 15 de maio, o ativo começa a trabalhar com topos e fundos ascendentes. O analista destaca essa como uma “operação muito interessante”, com alvo no fechamento de gap na região entre R$40,00 e R$40,80.
Com isso, há uma movimentação de compra, com stop curto, abaixo de R$ 37,35.
Vale [VALE3]
A ação não tem tendência no momento, frisou Borges. No curto prazo, VALE3 faz topos descendentes e fundos ascendentes.
“Há uma diminuição de volume muito forte nesse ativo, então poucos players grandes estão colocando muito dinheiro em Vale ou vendendo muitas ações da companhia”, explicou.
Com isso, o analista recomenda paciência, pois esse é um ativo que não é tão fácil de trabalhar. VALE3 já ameaçou voltar a subir e bater nos R$ 70. Porém, nas últimas duas semanas já volta a cair, abaixo de R$ 63, com espaço para correções até R$ 59,71.
“Temos que ficar muito atentos caso Vale venha testar esse suporte de R$ 59,70 e, principalmente, se romper”, indicou. “Se perder esse patamar, aí sim podemos ter uma queda um pouco mais acentuada na no papel, que pode gerar uma excelente oportunidade de compra”, concluiu.
Indicadores econômicos
A primeira semana de junho será movimentada para os investidores, definem os analistas da Investing.com.
O destaque da agenda econômica interna é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre do ano. No trimestre anterior, a atividade econômica ficou estagnada em relação ao terceiro trimestre de 2023, enquanto na comparação com o quarto trimestre de 2022 houve um avanço de 2,1%.
Já no exterior, as atenções estarão voltadas para os dados do mercado de trabalho nos EUA ao longo da semana e para a decisão da taxa de juros na Zona do Euro pelo Banco Central Europeu (BCE).
“Nos EUA, os dados do mercado de trabalho de maio vão dar um panorama se está havendo uma desaceleração da atividade econômica”, após o PIB do primeiro trimestre apresentar alta de 1,3% na segunda leitura do indicador em relação ao mesmo período de 2023, disseram os analistas.
Quanto à Zona do Euro, o bloco econômico será provavelmente a primeira economia desenvolvida a realizar um corte na taxa de juros na reunião de política monetária, na quinta-feira (06).
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