Próxima semana traz PMIs na China, CPI na Europa e PCE nos EUA

Panorama de 28 de agosto a 1º de setembro

A semana que termina foi marcada pela aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22), após mais de dois meses em que a pauta se encontrava parada no Congresso. A Casa também escolheu manter o Fundeb e o Fundo Constitucional do DF de fora das regras do arcabouço.

Lá fora, a desaceleração nos índices de gerentes de compras (PMIs) dos EUA e da Zona do Euro trouxeram esperança de que as políticas de aperto monetário dos bancos centrais do país e do bloco estejam sendo efetivas.

Além disso, o discurso de Jerome Powell – presidente do Federal Reserve (Fed) em Jackson Hole mostrou que o órgão está preparado para elevar ainda mais os juros se julgar que a pressão inflacionária não vem aliviando de forma eficiente.

Na próxima semana, o mercado monitora os PMIs na China, que devem dar pistas sobre como a atividade da segunda maior economia do mundo se encontra, especialmente em meio às instabilidades no setor imobiliário.

Também ficarão no radar o índice de preços ao consumidor (CPI) da Zona do Euro e o índice de preços PCE nos EUA – indicador de inflação favorito do Fed.

Radar de Proventos

Na terça-feira (29) ficam “ex-dividendos” os papéis de Kepler Weber [KEPL3].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (25) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na quarta-feira (30) fica “ex” a ação de Guararapes* [GUAR3].

Na quinta-feira (31), é a vez de Lavvi* [LAVV3], Vulcabras [VULC3] e BR Properties [BRPR3] ficarem “ex-dividendos”. 

Por fim, na sexta-feira (01), Itaú [ITUB4], Banestes [BEES3] e Telefônica Brasil (Vivo) [VIVT3].

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O índice fecha a semana dentro de uma consolidação entre 114.400 e 118.200 pontos acompanhada de uma redução no volume dentre as últimas quedas, o que pode sinalizar uma retomada da movimentação de alta, disse o analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges.

Ele explica que é importante observar o rompimento dos 118.200 pontos com aumento de volume para novas compras. Já para vendas ou redução das posições compradas, é preciso se atentar a um fechamento abaixo dos 114.400 pontos também com aumento de volume, afirmou.

Dicas de Trades

Petrobras PN [PETR4]

O ativo teve um forte fechamento no gráfico semanal, próximo da máxima histórica e segue em tendência de alta, com alvo principal nos R$ 40,00, disse Filipe.

De acordo com o analista, o rompimento dos R$ 32,80 traz novas oportunidades de compra com alvos entre R$ 36,50 e R$ 40,50.

Vale [VALE3]

No gráfico semanal, VALE3 rompeu a estrutura de linha de tendência de alta (LTA), o que aumenta a probabilidade do ativo seguir caindo nas próximas semanas, afirmou Filipe.

“Tem duas regiões de suporte muito fortes em Vale na região do R$ 59,00 e a dos R$ 56,00 [que] pode ser uma que segure o preço do ativo”, explicou. 

Segundo ele, isto se dá porque a própria companhia fez um programa de recompra de ações, inclusive a um preço superior ao que vem sendo negociada no momento.

Por outro lado, no curto prazo, Filipe não enxerga compras no ativo.

IRB [IRBR3]

Após a divulgação do balanço, o papel entrou em consolidação, apesar dos compradores terem mais força no ativo no momento, informou o analista.

“Quando a gente olha no curto prazo, há uma movimentação de pivô de alta, com aumento de volume, o que aumenta a chance do ativo voltar a sua tendência de alta”, disse Filipe.

Acima da região dos R$ 47,75, Filipe vê uma oportunidade de compra, com alvo principal em R$ 59,00, resultando em um upside em torno de 30%.

Indicadores econômicos

Importantes índices que trarão informações sobre a saúde da economia global serão divulgados na próxima semana: PMIs na China, CPI da Zona do Euro e o índice de preços PCE nos EUA.

Para o país asiático, é esperada nova desaceleração na atividade em agosto, especialmente por conta das turbulências no setor imobiliário do país e a queda dos novos empréstimos, explicou o analista fundamentalista da Benndorf Research, Marco Ferrini.

Segundo ele, pela primeira vez desde dezembro de 2022 os serviços devem entrar em contração e a indústria também deve acentuar a queda.

“Ambos os setores sofrem com a demanda deprimida, receio dos consumidores, a crise do setor imobiliário, a falta de estímulos fiscais e a perda de ritmo da economia global.”

Para o CPI europeu, Marco projeta que o índice deve apresentar nova baixa, afetado pela base de comparação da energia em comparação com o ano passado. Por outro lado, os alimentos mais caros podem limitar esta queda.

Já para o núcleo do indicador, o analista prevê poucas mudanças e acredita que deve seguir pressionado por conta dos preços mais elevados dos serviços.

Nos Estados Unidos, Jerome Powell deu uma prévia de que o PCE avançou 3,3% no mês passado em sua fala em Jackson Hole, explicou Marco, o que representaria uma aceleração diante dos 3% registrados em junho.

“A alta provavelmente resulta do avanço dos combustíveis, tendo em mente o avanço de mais de 10% do barril do petróleo em julho, e também deve estar ligado ao consumo e aumento dos salários, que permanecem resilientes no país.”

Além disso, os dados industriais fortes de julho também podem ter contribuído para o indicador, ainda que o setor siga em território contracionista.