Após registrar o menor preço desde seu IPO em 23 de novembro, enquanto acumulava três semanas consecutivas de fortes quedas, os papéis da Qualicorp [QUAL3] voltaram a registrar ganhos e já somam mais de 7% de alta nesta semana.
A Qualicorp é uma das líderes no Brasil na administração, gestão e venda de planos de saúde coletivos, empresariais e coletivos por adesão, atendendo mais de 2,6 milhões de beneficiários.
O movimento de recuperação da empresa segue o otimismo do mercado, segundo Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf, mas sem grandes mudanças no cenário ainda negativo para a companhia.
“A Qualicorp vem apresentando resultados bem fracos, com perda de planos, redução nas receitas e pressão nas margens”, explica Niels. “Sem dúvidas, a grande preocupação do mercado é com a forte perda com a redução do portfólio pela qual a companhia vem passando.”
No terceiro trimestre de 2022, a empresa registrou lucro líquido de R$ 49,2 milhões, queda de 55,4% na comparação anual. O Ebitda ajustado ficou em R$ 264 milhões, recuo de 12,7% no mesmo intervalo de comparação.
Além disso, o setor ainda passa por um momento delicado, com a sinistralidade em processo de normalização. O segmento de saúde como um todo vem tendo dificuldades com o aumento de preços, diz o analista, mas o caso da Qualicorp acaba se destacando negativamente por estar apresentando retração do portfólio.
Vale a pena comprar?
As ações da Qualicorp seguem em tendência de baixa, afirma Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. Ele explica que, em um curto espaço de tempo, o papel apresenta uma espécie de deriva, “podendo haver uma correção na queda do ativo de até uns R$ 6,80 a R$ 6,90, mas a tendência majoritária ainda é de baixa.”
“Caso o ativo suba para R$ 6,80 a R$ 7, eu vou olhar uma possível operação de venda para continuidade dessa movimentação. Não tem indicação de compras no momento. E o ativo segue vendedor”, recomenda o analista técnico.
Ontem, o Goldman Sachs alterou o preço-alvo para os papéis da companhia de R$ 13 para R$ 12, alta de 95,1% em relação ao último fechamento. O banco manteve recomendação neutra para QUAL3.