A taxa de desemprego brasileira recuou 0,3 p.p. em relação ao trimestre imediatamente anterior e foi a 8,5% no trimestre móvel encerrado em abril, primeira queda em 4 resultados.
No período, a população desocupada diminuiu 3,2% para 9,1 milhões, enquanto o contingente de pessoas ocupadas expandiu 0,2% para 98 milhões, muito provavelmente influenciado pelo bom desempenho do setor de serviços, mais do que compensando os cortes de vagas na indústria. O nível de ocupação foi de 56,2%, alta marginal em relação ao patamar do trimestre encerrado em março.
A taxa composta de subutilização recuou 0,5 p.p. e foi a 18,4%. Ao mesmo tempo, a população subutilizada caiu de 21,6 milhões para 21 milhões. Além disso, o número de empregados com carteira assinada permaneceu praticamente inalterado em 36,8 milhões, assim como o número de empregados sem carteira assinada, que permaneceu em 12,7 milhões.
Consequentemente, a taxa de informalidade também não teve alterações e ficou em 39%, patamar bastante elevado e que reflete a precariedade do mercado de trabalho brasileiro.
Já o rendimento real habitual aumentou 0,4% em relação ao trimestre encerrado em março e foi a R$ 2.891. A massa de rendimento real habitual foi de R$ 278,8 bilhões, alta de 0,5% ante o trimestre imediatamente anterior.
A diminuição do desemprego é uma surpresa bastante inesperada, mas muito bem-vinda e que mostra certa resiliência do mercado de trabalho apesar da deterioração macroeconômica. Como mencionamos, a criação de vagas muito provavelmente pode ser atribuída ao setor de serviços, tendo em mente os resultados expressivos dos PMIs dos últimos 2 meses.
Dito isso, os efeitos da redução do desemprego no trimestre encerrado em abril devem ser marginais, mas devem contribuir com um aumento da confiança, e caso a queda se consolide nos próximos meses, podemos esperar uma retomada do consumo e da indústria, mas a pressão sobre a inflação também deve aumentar.