Reajustes no Brasil fazem IPCA bater expectativas

O IPCA de fevereiro apresentou alta de 0,84%, número 0,31 p.p. acima do resultado de janeiro. No ano, o IPCA acumula alta de 1,37% e, nos últimos 12 meses, de 5,60%, abaixo dos 5,77% nos 12 meses anteriores.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta, sendo que a única exceção foi o grupo Vestuário (-0,24%). Assim como foi no IPCA-15, o grupo Educação (6,28% e 0,35 p.p.) teve as maiores variação e impacto no mês, alavancado pelos reajustes de mensalidades praticados no começo do ano.

Em seguida vieram os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,26% e 0,16 p.p.) e Habitação (0,82% e 0,13 p.p.). No mais, os Transportes (0,37% e 0,07 p.p.) e Alimentação e bebidas (0,16% e 0,04 p.p.) desaceleraram ante o mês anterior.

O grupo Educação avançou refletindo as altas das mensalidades dos cursos regulares (7,58%), puxados pelo ensino médio (10,28%) e pelo ensino fundamental (10,06%), principalmente. Já a Saúde e cuidados pessoais foi influenciada em grande parte pelos itens de higiene pessoal (2,8%).

Outros itens que se destacaram foram os perfumes (7,5% x -5,86% em janeiro) e os produtos para pele (4,54%). Em Habitação, a maior contribuição veio da energia elétrica residencial (1,37% e 0,05 p.p.) e a segunda maior contribuição veio do aluguel residencial (0,88% e 0,03 p.p.).

Nos Transportes, o destaque foi a gasolina (1,16% e 0,05 p.p.), único combustível a subir no mês. Ao mesmo tempo, na Alimentação e bebidas, o leite longa vida (4,62%) voltou a subir após 6 meses, sentindo os impactos do excesso de chuvas.

Como já era esperado, os reajustes das mensalidades escolares tiveram um impacto muito significante no IPCA de fevereiro e levaram o principal indicador de inflação brasileiro a bater as expectativas.

Por fim, como já comentamos no IPCA-15, os próximos meses devem ser de um novo ciclo de aceleração da inflação, primeiro refletindo a retomada dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol, ainda que parcialmente, e em um segundo momento incorporando o retorno do ICMS sobre os combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.