Recessão técnica confirmada na Alemanha

O PIB da Alemanha caiu 0,3% no 4T23 após dois trimestres de estagnação. Em relação ao mesmo período de 2022, o PIB registrou queda de 0,2%, engatando o segundo trimestre consecutivo de queda e confirmando uma recessão técnica. A tendência é que a economia da Alemanha volte a contrair no primeiro trimestre de 2024 à medida que os indicadores de atividade do país, especialmente da indústria, seguem consideravelmente fracos.

Nos últimos três meses do ano passado, as despesas das famílias com consumo cresceu 0,2%, sendo o consumo de serviços o principal destaque. Já as despesas do governo cresceram 0,3%. Por outro lado, a formação de capital recuou consideravelmente entre trimestres. A formação de capital fixo na construção caiu 1,7%, estendendo a sequência atual para três trimestres de contração, e a formação bruta de capital fixo no maquinário recuou 3,5%, ressaltando o momento ruim da indústria do país.

No mais, as exportações caíram 1,6% e as importações recuaram 1,7%. A demanda externa deprimida, aumento das tensões geopolíticas e preços elevados da energia refletiram de forma negativa especialmente no comércio mais fraco de bens.

Na comparação anual, a formação bruta de capital fixo na construção caiu 2,2%, algo que pode ser atribuído em grande parte às condições climáticas ruins de novembro e dezembro. Ao mesmo tempo, a formação bruta de capital fixo no maquinário e equipamento recuou 0,4% e o consumo das famílias caiu 0,6%, esse último bastante impactado pela inflação alta e persistente.

Por último, as exportações caíram 4%, influenciadas principalmente pelo recuo de 5,1% nas exportações de bens, enquanto as importações contraíram 5,6%, também com destaque negativo para os bens (-8,9%).

A economia alemã caminha para confirmar uma recessão técnica na comparação trimestral no começo de 2024 à medida que seus setores industrial e de construção sentem de forma mais forte os impactos causados pela taxa de juros recorde, inflação alta persistente e desaceleração da demanda interna e externa.

Dito isso, mantemos uma perspectiva recessiva para a maior economia europeia em 2024 e vemos alta probabilidade do país continuar se destacando negativamente em relação às outras economias da Zona do Euro tendo em mente a indústria mais fragilizada e exposição elevada à China, que também não dá sinais de recuperação.

[Fonte: Benndorf Research]
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