Serviços e indústria em sentidos opostos no Brasil

BRASA

Em abril, o PMI Composto do Brasil cresceu 1,1 ponto e foi a 51,8, taxa de expansão mais acelerada desde outubro do ano passado. O crescimento foi influenciado exclusivamente pelos serviços, que registraram um PMI de 54,5, subindo dos 51,8 de março e registrando a alta mais expressiva dos últimos 9 meses.

Por outro lado, o PMI Industrial caiu de 47 para 44,3, sinalizando o momento ruim das fábricas em meio aos juros elevados, renda disponível menor, fraca demanda por bens e momento ruim do setor automotivo. O setor de serviços também foi o único a impulsionar o aumento em novos pedidos , que, embora superficial, foi o primeiro de 2023. Em compensação, os pedidos às fábricas entraram em contração ainda maior.

Diante do cenário ruim, os fabricantes diminuíram a quantidade de empregos, mas o aumento forte entre os prestadores de serviços mais do que compensou essa perda e ainda sustentou o nível consolidado. Os empregos no setor privado cresceram no ritmo mais rápido em seis meses.

Já nas despesas operacionais, os aumentos foram mais leves, tanto nos insumos como nos custos de produção, refletindo preços mais altos na energia, alimentos e combustível entre as empresas de serviços e preços de alimentos, metais e plásticos na indústria, que foram parcialmente compensados pela queda de diversas commodities. Na indústria, houve também um desestímulo ao aumento dos preços, já que a demanda é fraca.

Em último lugar, as empresas de serviços continuaram com perspectiva otimista para os próximos 12 meses em função da expectativa de crescimento de novos negócios, investimento privado e propostas em curso.

Já os fabricantes mantiveram a esperança no recuo das pressões inflacionárias e melhores condições de demanda, mas suas expectativas caíram para o menor patamar em 18 meses devido às preocupações em torno dos desafios políticos e econômicos.

Novamente, o setor de serviços foi o único responsável pela melhora do indicador consolidado, reforçando o sentimento de que há uma recuperação entre os prestadores de serviços, já que o segmento depende bem menos da disponibilidade de crédito, possui preços mais acessíveis em comparação com os bens e há maior inelasticidade.

Sendo assim, reiteramos nossa expectativa de resultados melhores no setor terciário enquanto os juros permanecerem altos, o desemprego continuar crescendo e a renda permanecer baixa. Simultaneamente, diante das expectativas de redução da inflação e cortes de juros no segundo semestre, esperamos um repique do setor secundário ao longo do ano.

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