por Benndorf Research
O nível de atividade dos serviços brasileiros acelerou de 55,8 para 56,2 pontos em outubro, indicando o segundo ritmo mais acelerado de expansão do setor desde a metade de 2022, atrás apenas do resultado de julho desse ano.
O crescimento foi conduzido pelo aumento mais expressivo do número de novos pedidos desde junho de 2022, amparado pela demanda doméstica robusta. Apesar desse avanço, a criação de empregos estagnou à medida que as empresas pausaram as contratações diante das considerações de custo, encerrando uma sequência de 12 meses consecutivos de novas contratações.
No mais, os custos de insumos dispararam em meio à depreciação cambial e pressões relacionadas às secas, afetando principalmente materiais como alimentos e combustíveis. Os preços de venda continuaram estáveis em relação a setembro, com uma alta inflação observada nos setores de Transporte, Informação e Comunicação e Serviços aos Consumidores.
Por fim, a confiança dos negócios foi reforçada pelas expectativas de que as condições de demanda continuarão favoráveis ao longo do próximo ano. Mais da metade dos participantes da pesquisa antecipa crescimento, enquanto apenas 1% prevê redução.
O forte ritmo de expansão do setor terciário reitera o bom momento da economia brasileira mesmo com o cenário desfavorável, fato que contribui para manter o Copom hawkish e as pressões sobre as curvas de juros futuros. De todo modo, para 2025 esperamos uma desaceleração causada pelo ciclo monetário restritivo alongado que teremos, impactando principalmente os segmentos mais cíclicos e elásticos aos juros, mas de modo geral os serviços tendem a ser menos prejudicados do que a indústria, visto que não possuem um valor agregado tão elevado e muitos são essenciais.
