Serviços no Brasil sinalizam piora com cenário em deterioração

por Benndorf Research 

O nível de atividade dos serviços brasileiros passou de 53,6 para 51,6 pontos em dezembro, recuando pelo segundo mês consecutivo e marcando o menor nível de crescimento do ano à medida que o setor perde ritmo diante da deterioração do cenário.

Os novos negócios continuaram crescendo, amparados pelos esforços crescentes de marketing, mas no ritmo mais lento desde agosto. As atividades de Transporte, Comunicação e Informação lideraram os ganhos de produção e venda, enquanto Finanças e Seguros recuaram.

No mais, os custos de insumos dispararam na velocidade mais acelerada em quase dois anos e meio, impulsionados pela desvalorização do real em comparação com o dólar, levando a inflação de preços de venda ao maior patamar desde agosto. Apesar da retomada da inflação e desaceleração no ritmo de atividade, os prestadores de serviços continuaram ampliando suas forças de trabalho e no ritmo mais forte desde agosto.

Por fim, a confiança dos negócios com relação ao ano de 2025 caiu para a mínima de 43 meses em meio às preocupações com as condições econômicas e políticas públicas.

Vemos o resultado de dezembro como um bom indicador de que a deterioração da conjuntura interna já pesa no setor terciário. Já vínhamos reforçando ao longo do fim de 2024 que a tendência de juros altos, retomada da inflação, instabilidades fiscais e um cenário externo mais volátil em 2025 muito provavelmente gerariam uma perda de ritmo generalizada na economia brasileira, principalmente em segmentos mais cíclicos. Como os serviços e a indústria foram fundamentais para o crescimento do ano passado, entendemos que o país tende a crescer bem menos esse ano e os setores e empresas mais resilientes e previsíveis tendem a ser os destaques do ponto de vista da renda variável.