O PMI de serviços do Brasil caiu 2,2 pontos em agosto para 54,2, uma taxa de expansão ainda acelerada, mas que marca o crescimento mais lento desde abril.
A queda foi associada às condições de demanda mais fracas, embora a demanda doméstica tenha continuado amparando os novos pedidos pelo 11º mês consecutivo. Ainda assim, o aumento geral nas vendas foi o menor em 2024, mas permaneceu sólido e acima da média registrada ao longo dos 17 anos e meio de pesquisa.
A depreciação cambial, secas e efeitos remanescentes das enchentes no Rio Grande do Sul levaram os custos de insumos à máxima em mais de dois anos, causando um aumento acentuado nos preços de venda. Apesar dos custos mais altos, o crescimento do emprego atingiu o nível mais alto em três meses, impulsionado pela confiança robusta dos negócios e otimismo em relação às vendas futuras e produção.
Entretanto, ainda existem preocupações sobre os altos custos de empréstimos, inflação persistente e incertezas econômicas, fatos que levaram o sentimento geral para a mínima de quatro meses.
Ainda que tenha continuado com um ritmo de crescimento robusto, a desaceleração dos serviços em agosto está em linha com o resultado apresentado pela indústria e com a deterioração do cenário macro nas últimas semanas à medida que existem fatores de risco para uma retomada da inflação, o crescimento do país se mostrou muito forte e o Copom deu sinais mais hawkish.
Dessa forma, com uma alta dos juros já garantida em setembro, reiteramos a expectativa de impactos negativos na economia, principalmente nas atividades mais elásticas aos juros e cíclicas, enquanto o setor financeiro volta a ganhar destaque.