Serviços voltam a crescer no Brasil e puxam atividade

Em março, o PMI de Serviços cresceu 2 pontos e passou de 49,8 para 51,8, indicando a taxa de expansão mais forte desde outubro de 2022. O PMI Composto cresceu 1 ponto para 50,7, muito influenciado pelo peso dos serviços e retomando o território de crescimento pela primeira vez também desde outubro do ano passado.

O PMI Industrial, por outro lado, mostrou recuou 2,2 pontos para 47, reforçando o momento ruim do setor secundário em meio à baixa demanda por bens, que é impactada pelos juros elevados e níveis recordes de endividamento e inadimplência.

No período, os prestadores de serviços tiveram um aumento renovado nos novos pedidos, mas a recuperação foi insuficiente para compensar uma queda acentuada nos pedidos às fábricas, de modo que as vendas agregadas contraíram ainda mais, embora marginalmente.

A aceleração dos serviços em março levou o setor a encerrar uma sequência de 3 meses de corte de postos de trabalho, contrastando com mais cortes na indústria.

A inflação consolidada dos custos de insumos caiu para o menor patamar em 3 meses, mas permanece em um patamar histórico elevado. Os preços de insumos afetaram principalmente os serviços.

Similarmente, a economia de serviços liderou no que diz respeito à inflação dos custos de produção, mas o setor relata queda na inflação a partir da metade de fevereiro, em linha com nossa visão de que há um efeito muito sazonal e pontual na inflação resultante da reoneração de impostos e reajustes de início de ano, de modo que reforçamos a visão de desaceleração da inflação a partir de maio.

Por último, os provedores de serviços preveem demanda resiliente e crescimento da atividade para os próximos 12 meses, fato que levou o nível de sentimento geral ao maior patamar em 5 meses e acima da média de longo prazo. Propostas em andamento, carteira maior de clientes, planos de expansão e investimentos contribuíram para as perspectivas positivas.

Apesar da alta inflação, o setor de serviços confirma uma recuperação já que depende bem menos da disponibilidade de crédito, possui preços mais acessíveis em comparação com os bens e há maior inelasticidade em boa parte do segmento.

Dessa forma, o setor terciário deve apresentar desempenho melhor do que a indústria ao longo dos próximos meses, visto que há expectativa de mais deterioração no cenário interno e externo, mas a retomada do desemprego e os salários baixos preocupam e podem comprometer o desempenho ao longo do ano se não houver uma reversão.

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