Setores no Brasil mostram resiliência, mas produção cai

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por Benndorf Research 

 

Em outubro de 2024, a produção industrial nacional mostrou variação negativa de 0,2% frente a setembro. Na comparação anual, o total da indústria cresceu 5,8% em outubro de 2024, marcando a quinta taxa positiva consecutiva. Com isso, o setor industrial apontou crescimento de 3,4% nos dez primeiros meses de 2024.

Apenas uma das quatro grandes categorias econômicas e 6 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram redução na produção.

Entre as atividades, a principal influência negativa veio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 2,0% em outubro, pressionado pela menor produção de álcool e gasolina. Vale destacar também as contribuições negativas registradas pelos setores de bebidas (-1,1%) e de indústrias extrativas (-0,2%). Já entre as atividades que apresentaram expansão, se sobressaem a de veículos automotores, reboques e carrocerias (7,1%), ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (14,1%) e produtos químicos (2,8%). Entre as grandes categorias econômicas, os bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%) foi o único grupo a recuar.

Em contrapartida, os bens de consumo duráveis (4,4%), bens de capital (1,6%) e bens intermediários (0,4%) cresceram. Em comparação com outubro do ano passado, quatro das quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 25 ramos tiveram variações positivas. Entre as atividades, se destacou a atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias (29,9%), impulsionada, em grande medida, pela maior produção dos itens automóveis, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques, entre outros. Outras contribuições significantes vieram de produtos químicos (7,5%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20,2%) e da metalurgia (8,5%). Entre as quatro atividades que apontaram redução na produção, indústrias extrativas (-2,0%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, principalmente, pela menor extração de óleos brutos de petróleo.

Já entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (19,6%) e bens de capital (15,3%) assinalaram as taxas mais acentuadas, enquanto bens intermediários (5,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (4,2%) tiveram crescimentos menores.

Embora tenha registrado variação negativa no período, observamos crescimento na maioria das atividades e das grandes categorias econômicas, indicando que o resultado foi afetado por alguns poucos itens de peso elevado no cálculo. Portanto, ainda vemos bastante força no setor industrial mesmo com o cenário adverso marcado por taxas de juros altas e em crescimento e retomada da inflação, algo que pode ser atribuído ao desemprego nas mínimas históricas e demanda interna forte. De todo modo, reforçamos nossa expectativa de desaceleração dos segmentos mais cíclicos e atrelados aos juros em 2025, tendo em mente que a política monetária restritiva deve perdurar por mais tempo para conter as pressões inflacionárias elevadas, a desvalorização cambial e as incertezas fiscais.

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