por Equipe TradeNews
A última sessão de negociação do 1º trimestre de 2025 refletiu o cenário global dos últimos três meses, com os mercados ao redor do mundo fechando em queda, à medida que os investidores expressavam dúvidas sobre a política comercial dos Estados Unidos.
Sobre as tarifas, o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou com repórteres: “Você começaria com todos os países, então vamos ver o que acontece” — uma declaração que gerou preocupação nos investidores, especialmente com relatos de assessores considerando a implementação de uma tarifa geral de 20% sobre todos os parceiros comerciais dos EUA, antes do “Dia da Liberação”, marcado para amanhã (02).
Medo de Crescimento
Após uma série de dados econômicos fracos, as ações de Nova York encerraram a semana passada com uma queda de 2%, enquanto os investidores revisavam suas expectativas sobre a economia. Sinais de fragilidade, como no mercado de crédito, indicaram que Wall Street estava oficialmente em um “modo de medo de crescimento”. Em uma nota divulgada na segunda-feira (31), o Goldman Sachs revisou suas previsões para o S&P 500 pela segunda vez em março, citando tarifas mais altas e um risco crescente de recessão. O banco agora espera que o índice caia para 5.300 nos próximos três meses, antes de se recuperar para 5.700 até o final do ano e atingir 5.900 em 12 meses.

A nova meta para o final do ano representou uma redução significativa em relação à previsão anterior de 6.200 e estava apenas 2% acima do nível em que o índice fechou na sexta-feira, colocando-a entre as previsões mais baixas de Wall Street, segundo a Bloomberg. O Goldman agora atribui uma probabilidade de 35% para uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses — um aumento em relação aos 20% anteriores — alertando que, se a história se repetir, as ações podem cair até 17% dos níveis atuais, chegando a cerca de 4.600. Plataformas de contratos de eventos como a Kalshi agora indicam uma chance de 42% de recessão nos EUA este ano, um aumento considerável em relação aos 18% em meados de janeiro.
Febre das Tarifas
No verão de 2022, o medo da inflação atingiu seu auge, com dados do Google Trends mostrando que as buscas pelo termo “inflação” atingiram o maior volume em agosto, apenas dois meses após a inflação nos EUA alcançar seu pico, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrando um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior, em junho.
Naquele momento, parecia improvável que um termo econômico superasse a relevância da inflação nas conversas cotidianas. No entanto, a crescente obsessão por tarifas, com consumidores discutindo a política comercial de Trump, fez com que as buscas pelo termo “tarifas” disparassem desde o início deste ano.
Líderes empresariais também estavam cada vez mais preocupados com esse tema. No último trimestre, os termos “tarifa” e “tarifas” foram mencionados mais nas chamadas de resultados das empresas do S&P 500 do que em qualquer outro período desde o início de 2018. Curiosamente, o número de empresas do S&P 500 que mencionaram a palavra “recessão” foi o mais baixo em mais de cinco anos, segundo dados da FactSet.
Adeus, 1º Trimestre
Embora os trimestres sejam uma medida arbitrária, o fim de março ofereceu uma oportunidade para refletir sobre os vencedores e perdedores do mercado até então.
Vencedores: No topo do índice S&P 500 neste trimestre estava a CVS Health (CVS), que registrou um impressionante ganho de 50%. Outros nomes defensivos, como o gigante do tabaco Philip Morris e a AT&T, também figuravam entre os melhores desempenhos, assim como várias ações do setor de energia, o qual se destacou como o setor com o melhor desempenho até agora no ano.
Perdedores: Não vamos insistir muito sobre a Tesla. Ela teve um ano terrível. Mas, na verdade, não foi a ação do S&P 500 com o pior desempenho; essa “honra” duvidosa ficou com a Deckers Outdoor (DECK), proprietária das marcas de calçados Hoka e Ugg, que caiu 45% à medida que o crescimento desacelerou nas suas marcas-chave.
Disclaimer: Este texto é uma tradução direta da Newsletter do Robinhood. As opiniões expressadas não refletem as posições da Nomos.