Temos o ChatGPT. E agora? (Parte 2)

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

Como explicado na Parte 1 desse artigo, a trajetória da Inteligência Artificial (IA) nos últimos anos desafiou muitas expectativas iniciais sobre como e onde ela seria aplicada. O cenário mudou completamente porque a IA mostrou-se excepcionalmente boa em analisar e interpretar grandes volumes de dados rapidamente, assumindo funções analíticas e criativas mais cedo do que o esperado.

A evolução dessa tecnologia tem sido um catalisador para o aumento da eficiência e produtividade em ambientes educacionais e profissionais, especialmente no que diz respeito à criação de conteúdo.

Contudo, é fundamental reconhecer que, apesar do ChatGPT poder oferecer suporte nos estudos para exames complexos, ele também pode substituir os esforços pessoais fornecendo a resposta pronta, ou seja, seu uso inadequado pode gerar dependência tecnológica e atrofiar habilidades críticas.

Nesse contexto, os LLMs estão preparados para exercer uma influência transformadora em diversos setores do mundo real. Com sua capacidade de processamento e análise da dados, esses modelos poderão revolucionar a pesquisa científica, realizar análises jurídicas complexas e fornecer diagnósticos médicos mais precisos (a NVIDIA já anunciou serviço de diagnósticos por imagens e de monitoramento de pacientes).

Além disso, podem democratizar o acesso a métodos de ensino personalizados, automatizar ainda mais tarefas repetitivas e oferecer suporte crucial em decisões estratégicas em áreas como finanças e gestão de riscos.

No entanto, como nem tudo são flores, esses avanços tecnológicos trazem consigo desafios significativos. Além do deslocamento profissional, que é óbvio, se o modelos não forem cuidadosamente treinados e monitorados, podem desenvolver vieses indesejados, ser utilizados para disseminar desinformação ou criar códigos com intenções maliciosas.

Essas questões levantam preocupações importantes sobre a necessidade de regulação adequada, leis robustas de proteção de dados e medidas eficazes contra o plágio, garantindo que o avanço tecnológico seja conduzido de maneira ética e responsável.

No mundo de investimentos, já vemos os LLMs sendo utilizados para Análise de Sentimentos (analisam grandes volumes de textos de notícias, relatórios e redes sociais quanto a setores ou ações específicas) para a Geração Automática de Relatórios e alguns chatbots.

Mas, ao longo do tempo, veremos a integração dessas e de outras funções para aprimorar a capacidade de análise preditiva dos LLMs, sumarizar relatórios, colaborar em pesquisas e, é claro, personalizar ainda mais o serviços financeiros (tanto na oferta de produtos e soluções quanto na tomada de decisões no estilo Assistente Virtual).

Sei que especular sobre a utilidade da IA é um tema extremamente amplo em que tudo pode mudar de uma hora para outra, mas é importante abordar uma atrocidade que escutei algumas vezes nos últimos tempos. Algumas pessoas estão preferindo não utilizar essas tecnologias pela percepção de que elas representam uma vantagem indevida ou “roubam” conteúdos, criando preocupações sobre autenticidade e originalidade do conteúdo.

Como falei anteriormente, concordo plenamente que o assunto dos direitos autorais é um tema delicado e ainda vai acontecer muita coisa, mas se negar a usar as novas ferramentas é o mesmo que proibir alguém de usar o Google por achar que o mais correto é pesquisar nas enciclopédias físicas.

Por fim, assim como foi com o Google, a adoção inicial dos LLMs tem muito a avançar e, com a regulamentação adequada, eles têm potencial de se tornar uma parte integrante e benéfica do nosso arsenal de ferramentas para a busca e análise de informações.

Em vez de uma vantagem indevida, eles representam um passo adiante na evolução contínua da maneira como interagimos e utilizamos a informação no mundo digital. Por isso, é importante começar explorando essas novas tecnologias com curiosidade e mente aberta, integrando-as em suas atividades diárias para entender como elas podem melhorar seu trabaho e enriquecer sua aprendizagem, não deixando de experimentar para estarmos sempre preparados para o que vem pela frente.

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