Os pedidos de bens duráveis americanos recuaram 5,4% em outubro, devolvendo toda a alta de 4% de setembro e superando as expectativas do mercado de -3,1%. Essa também foi a segunda maior queda mensal desde abril de 2020.
Os equipamentos de transporte (-14,8%) foram o grupo de queda mais expressiva, impactados principalmente pelos pedidos de aeronaves civis e partes (-49,6%). Além disso, os pedidos de veículos motorizados e partes (-3,8%) também recuaram, enquanto as aeronaves defensivas e partes (1,8%) cresceram.
Outros grupos que recuaram no período foram os metais primários (-0,5%), equipamentos elétricos, eletrodomésticos e componentes (-0,1%) e o grupo “todos os outros bens duráveis” (-0,1%). Os únicos grupos que cresceram foram os produtos fabricados de metal (0,4%) e os computadores e produtos eletrônicos (0,3%).
Enquanto isso, os pedidos de bens de capital não defensivos, excluindo aeronaves, um proxy de planos de investimento dos negócios, recuou 0,1%, desacelerando da queda de 0,2% de setembro. Embora o indicador tenha registrado queda recorde, quando excluímos os equipamentos de transporte do cálculo há estabilidade em relação ao resultado anterior.
Isso em conjunto com o recuo apenas marginal do proxy de planos de investimento nos leva a conclusão de que há bastante resiliência na indústria apesar do segmento ser o mais prejudicado pela taxa de juros recorde.
Ao mesmo tempo, entendemos que o setor secundário perderá ritmo nos próximos meses e, ainda que os equipamentos de transporte sejam o grupo mais volátil em função das aeronaves, é interessante notar que houve redução considerável na demanda por automóveis, sinalizando uma potencial perda de ritmo alinhada com os demais indicadores macro.