por Benndorf Research
O volume de vendas no varejo brasileiro cresceu 0,5% em setembro. Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista subiu 2,1% em relação a setembro de 2023, 16ª taxa consecutiva no campo positivo. O acumulado no ano chegou a 4,8%. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas subiu 1,8% entre meses e 3,9% entre anos.
No período, quatro das oito atividades pesquisadas avançaram, com as variações mais expressivas vindo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,5%), Combustíveis e lubrificantes (2,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria (1,6%). Do lado negativo se sobressaíram os Móveis e Eletrodomésticos (-2,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,7%).
Já no comércio varejista ampliado, as duas atividades com crescimento foram Veículo e motos, partes e peças, com 6,6%, e Material de construção, com 1,1%.
Em comparação com setembro de 2023, também houve crescimento em quatro das oito atividades, com destaque para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (16,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,7%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,7%). No campo negativo as principais variações vieram de Livros, jornais, revistas e papelaria (-10,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,9%), Combustíveis e lubrificantes (-1,5%).
No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças obteve crescimento de 18,0%, Material de construção teve alta de 9,4% e Atacado especializado de produtos alimentícios bebidas e fumo caiu 9,1%.
O resultado de setembro ficou bem abaixo das perspectivas do mercado em ambas as comparações, possivelmente sinalizando uma certa desaceleração do varejo. Além disso, podemos observar que as atividades que mais se destacaram estão muito ligadas ao consumo básico, já mostrando uma provável restrição de orçamento entre os consumidores em função da retomada da inflação, assim desfavorecendo o consumo discricionário. Por fim, esperamos desaceleração nos próximos meses, especialmente nas atividades mais cíclicas, em função da política monetária mais restritiva, retomada da inflação e dólar alto.