Veículos alavancam produção industrial dos EUA

A produção industrial dos Estados Unidos cresceu 1% em julho ante junho, superando com ampla margem as projeções do mercado e confirmando o melhor resultado desde janeiro. Em relação a julho de 2022, entretanto, o indicador apresenta 0,2% de queda.

Entre os grupos industriais, a produção manufatureira cresceu 0,5% em relação ao mês anterior. Os índices de bens duráveis e bens não duráveis cresceram 0,8% e 0,1%, na ordem. Outras manufaturas avançaram 1,3%.

Nos duráveis, a produção de veículos motorizados e partes (5,3%) puxou o indicador e foi seguida pelo maquinário (1,3%) e computadores e produtos eletrônicos (1%). Em contraste, houve queda em equipamentos elétricos, eletrodomésticos e componentes (-1,7%), metais primários (-1,2%) e móveis e produtos relacionados (-1,2%).

Já nos não duráveis, recuos modestos na produção de papel, produtos de plástico e borracha e vestuário e couro praticamente compensaram os ganhos em outras atividades.

Além disso, a mineração cresceu 0,5% e ficou 2% acima do seu nível no ano anterior. A produção dos serviços públicos avançou 5,4%, impulsionada por um salto de 6,7% nos serviços de eletricidade, consequência do calor anormal no país.

A utilização da capacidade nas manufaturas foi de 77,8%, um leve incremento que deixa o índice 0,4 p.p. abaixo de sua média histórica. A taxa de operação da mineração avançou 0,6 p.p. para 92,4%, 6 p.p. acima da sua média de longo prazo. E a utilização da capacidade nos serviços teve alta de 3,5 p.p. e foi a 72,3%, bem abaixo da sua média.

O recorde recente da produção industrial surpreende, ainda mais porque é impulsionado pela produção de veículos, setor que está bastante pressionado pela taxa de juros alta. Outros pontos de destaque são a produção de eletricidade, que teve crescimento robusto associado às ondas de calor no país, e a base de comparação de junho, que registrou a maior contração desde dezembro de 2022.

Tendo em mente que os juros permanecerão no topo da curva para conter as pressões inflacionárias, esperamos novas desacelerações da indústria nos próximos meses.