A Natura [NTCO3] comunicou nesta segunda-feira (28), por meio de fato relevante, que autorizou sua diretoria a “explorar alternativas estratégicas” para a subsidiária The Body Shop, incluindo uma possível venda.
Com o anúncio, o ativo da empresa fechou em alta de 2,23%.
A The Body Shop representa, atualmente, cerca de 12% do faturamento total da Natura, explica a analista de Varejo da Levante, Carol Sanchez.
“A estratégia da marca dentro da holding é voltada para a estabilização dos principais canais de distribuição da marca e redução de custos, com a finalidade de levar a uma margem que apoie na geração de caixa.”
Qual a possibilidade de venda?
As visões de analistas divergem quanto a isso.
Segundo o analista de Varejo da Eleven, Niels Tahara, as chances de uma transação ocorrer são relevantes, por conta da necessidade da companhia de regular sua estrutura de capital e de se concentrar em cortes de gastos e rentabilidade.
Carol acredita que a transação já possa ocorrer no próximo ano, além de levantar a possibilidade de interesse por parte de fundos de private equity, por conta da perspectiva de reestruturação da operação da companhia.
Já Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais, avalia que não existe possibilidade de venda no momento, mas não descarta que a transação possa ocorrer mais tarde.
“[O movimento da empresa] está muito mais num estudo, numa linha de ver, de otimizar, de se estudar o mercado do que já colocar para venda”, afirmou.
Vale lembrar que no dia 15 deste mês, a Natura anunciou que obteve todas as aprovações regulatórias e de antitruste relacionadas à venda de outra subsidiária, a Aesop, para a L’Oréal.
O que a venda significaria para a Natura?
Para Niels, a venda contribuiria para o ajuste de capital que a empresa vem promovendo, além de simplificar a estrutura da companhia, a qual vem passando por um processo de reestruturação.
“Nesse sentido, a venda seria positiva”, afirmou.
Para Dierson, a venda ajudaria a Natura a diminuir sua alavancagem, que se intensificou após a aquisição da Avon.
Carol indica que a transação possibilitaria o foco da companhia em seu plano de investimentos na América Latina, concentrando esforços em aprimorar os negócios das marcas Natura e Avon e na Avon Internacional.
Recomendação para NTCO3
O analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges explica que nos últimos pregões o ativo teve uma entrada de fluxo vendedor mais forte quando não rompeu a resistência na região dos R$ 18,30.
Com isso, o papel acabou testando o suporte na região dos R$ 15,30 e R$ 15,50, o que, teoricamente, seria uma região de compra, segundo o analista.
Para quem for realizar compras em NTCO3, Filipe indica um stop abaixo dos R$ 15,15. Caso o ativo perca essa região, abre-se uma oportunidade de venda com alvo nos R$ 12,10, explicou o especialista.