As vendas no varejo americano cresceram 0,7% em setembro, superando com facilidade as expectativas do mercado de 0,3%. Esse é o terceiro mês consecutivo que o resultado supera as perspectivas do mercado e volta a apontar para um nível robusto de consumo na economia americana apesar dos juros recordes, inflação alta e perda de ritmo da economia.
As vendas no varejo diverso (3%) registraram a alta mais expressiva, seguida pelo varejo sem loja (1,1%), concessionárias (1%) e postos de gasolina (0,9%). Entre as quedas, se sobressaíram as vendas nas lojas de eletrônicos e eletrodomésticos (-0,8%), lojas de roupas (-0,8%) e material de construção e jardinagem (-0,2%). As vendas de móveis e bens esportivos, hobbies, instrumentos musicais e livrarias ficaram estáveis.
Como sempre, reforçamos que as vendas no varejo não são ajustadas pela inflação, mas o resultado ainda mostra muita força apesar dos fatores adversos que os americanos enfrentam, algo que pode ser justificado pelo nível de pleno emprego na economia e pelos salários mais altos.
Entendemos que o FED manterá os juros estáveis em outubro independentemente dos indicadores macroeconômicos que antecipam a reunião, mas ainda enxergamos a possibilidade de mais um ajuste de 0,25 p.p. como real, e os dados de atividade e emprego do final do ano serão cruciais para o banco central determinar se segue com esse último ajuste ou não.
De momento, dados mais fortes tendem a contribuir para manter as curvas de juros futuras pressionadas nas máximas, prejudicando os ativos americanos, especialmente os de maior alavancagem, como o setor tech.